a minha última postagem do ano tinha que ser algo especial, que representasse o magnifico ano que passou, mas que tivesse, também, muito do que espero para o ano que está começando, e por isso escolhi liberar, em primeira mão, para os leitores deste blog, a frase de abertura de meu próximo livro, Espelho Quebrado, tal como vai ser apresentada no livro, a ser lançado no primeiro semestre do próximo ano.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
domingo, 27 de dezembro de 2009
Senhor & Servo - um raio que caiu duas vezes no mesmo lugar, sobre um mesmo leitor
Reza
a lenda que um raio não cai no mesmo lugar duas vezes. Na literatura, essa é só
uma lenda, pois há exemplos e mais exemplos de escritores geniais que
“fulminaram” seus leitores com magníficas obras e há, também, o caso de numa
casa só caírem três grandiosos raios, onde surgiram três das mais importantes
escritores da literatura inglesa e mundial: as irmãs Brönte. Nessa casa, todas
as três filhas tornaram-se escritoras e produziram obras-primas da literatura
mundial. A Emily, talvez a mais famosa, ficou célebre por O Morro dos Ventos Uivantes, enquanto a Charlote por Jane Eyre, enquanto a irmã mais nova,
menos conhecida pelo público brasileiro, escreveu o genial, forte e marcante A Moradora de Wildfell Hall.
A literatura mundial está repleta de
exemplos desse tipo, de raios que caem numa mesma casa e família, de
tempestades de raios que caíram (que saíram, na verdade) da mente criativa de
um único escritor.
Há alguma semanas (verifique entre
as postagens mais antigas), eu coloquei neste blog um texto falando de minha
surpresa por ter descoberto, tardiamente, é verdade, a magnífica obra de
Tolstoi, Felicidade Conjugal. A
leitura daquele livro foi, para mim, como um raio que me tivesse fulminado,
deixando-me inteiramente pasmo, a mercê de tamanha descarga emocional de que
tal história possui. Livro de uma delicadeza rara, de uma sensibilidade sem
precedentes na literatura mundial. E eu, que julgava tão conhecedor de Tolstoi,
leitor apaixonado por suas obras-primas Guerra
e Paz e Anna Karienina, me rendi
inteiramente àquela tão singela história de amor. Foi uma grande “surpresa
literária” para mim a leitura de Felicidade
Conjugal. Mas eis que o ano de 2009 ainda guardava uma outra enorme
surpresa para mim. Quando eu julgava o ano já terminado, quando já tinha
recebido o meu “raio”, eis que cai um outro, enviado dos “céus literários” pelo
mesmo gênio: Tolstoi. Foi a leitura de Senhor
& Servo – e outras histórias que me atingiu, tal qual um raio, no final
deste ano.
É Senhor & Servo – e outras histórias um livro de contos, dos
mais belos e marcantes da literatura mundial. Livro com “apenas” três pequenas
histórias, que o leitor, ao terminá-lo, sente-se tão desnorteado (a sensação
que temos quando atingidos por um “raio literário”) que não sabemos dizer qual
das histórias foi a mais marcante e impactante, que desencadeou a maior energia
dentro de nós, seres humanos, leitores, apaixonados. O livro é composto pelos
contos Senhor & Servo, O Prisioneiro do Cáucaso e Deus Vê a Verdade, mas custa a Revelar,
que são completamente diferentes uma da outra, mas que têm em comum a incrível
carga emocional, a surpresa guardada até o último instante como só os grandes
gênios da literatura mundial conseguem guardar. Até o último conto, de caráter
profundamente teológico e reflexivo, guarda surpresas além daquelas que o
leitor poderia esperar de um texto dessa natureza.
Livro forte, marcante, intenso e
surpreendente, foi Senhor & Servo – e
outras histórias o segundo raio que me atingiu, em cerca de dois meses,
nesse ano de 2009.
E que venha 2010, repleto de grandes
livros, pois estou, como leitor, pronto para ser fulminado por uma tempestade
de raios.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Balanço anual de planos e leituras de 2009
Final
do ano se aproximando, e eu me vejo aqui, sentado de frente ao computador, pensando
em tudo aquilo que havia planejado para o ano de 2009. Muitos planos foram
concretizados, outros parcialmente, alguns se mostraram inviáveis enquanto
outros não foram nem tentados. Mas no geral, coloco 2009 como um ano muito bom,
em que meu sonho maior foi realizado, e estou iniciando minha “carreira
literária”. Uma História em Cinco Vozes
foi um sucesso de crítica e público, sua primeira tiragem foi esgotada e tive
que correr para providenciar uma segunda, para este final de ano, para que não
faltasse livros para “meus leitores”. Terminei outro livro, Espelho Quebrado, que ainda não tem data
fechada para lançamento, mas que provavelmente será já no primeiro semestre de
2010, e ainda há outros projetos literários para 2010, como a publicação de
outro livro de contos e novelas, um “livro ilustrado” e ainda outros romances a
serem iniciados.
As leituras de 2009 foram muito
boas, apesar de alguns livros não terem sido dos mais interessantes. Iniciei 2009
lendo O Conde de Monte Cristo, um dos
mais engenhosos e belos livros que já li em minha vida, li livros de contos e
crônicas para desopilar vez por outra, me surpreendi quando li Indignação, fiquei perturbado quando li Fome e tocado quando me deparei com O Filho Eterno. Fiz a releitura do que,
para mim, é um dos mais belos livros da literatura brasileiro de todos os
tempos, Olhai os Lírios do Campo, e
ri bastante com alguns livros de Luis Fernando Veríssimo, além de ter
descoberto, tardiamente, é verdade (mas, como diz o ditado: antes tarde do que
nunca!) Jorge Amado. Conheci alguns belos livros da literatura brasileira e
fiquei encantado com as histórias de Francisco Alves Martins Neto, nas
histórias de seu livro Crônicas
Sensoriais, além de ter descoberto algumas belas histórias (e livros) da
literatura potiguar. Li biografias, contos, crônicas, romances, clássicos, Best-sellers,
policiais, livros de ficção científica, cartas de amor (com o livro Para sempre – 50 cartas de amor de todos os
tempos), mas não tive a coragem de encarar Ulysses, de James Joyce, e tive que adiar os planos de ler tal
livro nas minhas próximas férias. Conheci obras magníficas da literatura
mundial, clássicos que me envergonhava de nunca ter lido, como Admirável Mundo Novo, Fahrenheit 451, A Revolução dos Bichos, além de alguns belíssimos livros da
literatura brasileira, como Meninos de
Engenho e Capitães da Areia e
bebi cada palavra de Os Miseráveis e
me apaixonei perdidamente, surpreendido enormemente com a doçura das palavras
de Felicidade Conjugal. No entanto,
as leituras de 2009 não foram só flores, pois também houveram algumas
decepções, como A História de Edgar
Sawtelle (que é uma contra-indicação
de leitura que faço) e a leitura do insosso A
Professora de Piano.
Russos, brasileiros, potiguares,
alemães, franceses, norte-americanos, italianos, ingleses, africanos, orientais,
enfim, foram muitos os livros lidos, muitas surpresas e algumas decepções, mas
que 2009 foi um ano e tanto, isso é inegável.
Trabalhei muito, escrevi muito, li
muito, tive tempo para muita coisa e faltou tempo para outras. Não entrei na
academia, ganhei peso, perdi peso, não ganhei na Mega-Sena (também, não
joguei!) como havia planejado. Solidifiquei amizades, fiz novos amigos, e
acredito não ter feito nenhuma inimizade. O blog eu mantive bastante ativo,
recebi inúmeros e-mails de leitores, elogiando ou criticando os textos,
participei ativamente do Skoob,
descobri o Livro é Tudo e participei
da organização do Primeiro Concurso Cultural, que distribuiu inúmeros livros
como premiação deste portal.
E revendo tudo isso, percebo que, apesar
de não ter realizado tudo aquilo que planejei no início do ano, curti cada
momento daquilo que empreendi. O que fiz, o que conquistei, não foi fruto de um
gênio surgido de uma lâmpada mágica que realizou, num passe de mágica, meu
desejo, mas sim, fruto de muito esforço e perseverança.
Sei que muito do que não foi feito
deve-se a simples falta de tempo. Também, eram tantas coisas a fazer, tantos
planos, que seriam necessário pelo menos 5 anos pra dar cabo de tudo! O que foi
feito, o que foi conquistado, valeu a pena, foi suado e hoje me vejo orgulhoso
por tudo isso.
2010
está aí, batendo à nossa porta, e o que planejo para esse ano? Eu não sei,
ainda. Só sei que 2009 foi um ano muito bom e me encontro, hoje, curtindo os
louros da vitória e descansando, pois um novo ano está para começar e uma nova
luta está para ser iniciada.
Desejo a todos um feliz 2010, repleto de
muitos planos e sonhos realizados, e muitos livros lidos.
domingo, 20 de dezembro de 2009
O Solista - Livro da Semana
Steve
Lopez é um jornalista que trabalha para um dos mais importantes jornais do
mundo, o Los Angeles Times e passa
intermináveis horas do seu dia em busca de assuntos que escreve em sua coluna. Passa
longas horas do dia na sede do jornal e outras tantas nas ruas da cidade, em
meio ao trânsito da metrópole, quando, num desses momentos, mesmo com tanto
barulho ao seu redor, escuta algo mais forte que a buzina dos carros e a zoada
daquele mundo que o cerca: escuta uma bela música, intensa, vibrante e cheia de
vida como ele nunca havia escutado antes. Guiado por tão divina música, o
jornalista a persegue entre carros, passando por ruas estreitas e largas
avenidas, até encontrar aquele que a executa com tamanha maestria. Para sua
grande surpresa, quem a toca não é um música sobre um palco, vestido de maneira
impecável, tendo a sua frente uma platéia pronta a aplaudi-lo ao último acorde,
mas sim um mendigo, que embora esfarrapado, porta-se com dignidade e toca sua
música para uma platéia invisível, em meio às pessoas que passam em seu ritmo
frenético do dia-a-dia sem ao menos lhe prestar atenção. O jornalista se
aproxima, como que hipnotizado por tal homem, por tão bela música e fica a contemplá-lo.
Quando este acaba, que se vê observado, sua primeira reação é de estranhamento,
de medo. O outro vê naquela tão singular figura, aquele sobre quem pode escrever
em sua coluna para o jornal. Mas o que nenhum dos dois sabe, ainda, é que
daquele primeiro encontro começa a surgir uma amizade, uma relação tão forte e
intensa, em que cada um, perdido em seu mundo, está prestes a se reencontrar, a
redefinir seus rumos.
O jornalista inicia, então, a
escrever uma série de textos, e quanto mais escreve, quando mais se envolve,
mais se vê como parte integrante da história daquele homem, que fora um
promissor músico, que estudou numa das mais respeitáveis escolas de música do
mundo, a Juilliard, mas que, no seu segundo ano de curso, por problemas
mentais, talvez provocados ou desencadeados por não ter podido suportar a
pressão em um mundo tão elitista, em que ele era o único negro de origem mais
humilde, acabou tendo que largar os estudos.
Nathaniel Ayers, ao sair da escola
de Juilliard, largou não só os estudos, mas a si mesmo, deixando para trás sua
família, amigos, um futuro, uma vida, e passou a viver nas ruas de Los Angeles,
sem ninguém, até que encontra (e é encontrado) por Steve Lopez, que o ajuda
enquanto é ajudado.
Muito mais do que um livro sobre
amizade e música, este é um livro sobre vida.
O
Solista, a história real do encontro, da amizade entre Steve Lopez e
Nathaniel Ayers, além de um livro belíssimo, ganhará uma adaptação para o
cinema, dirigido por Joe Wright, mesmo diretor de Orgulho e Preconceito e Desejo
e Reparação, tendo como atores principais Jamie Foxx e Robert Downey Jr.
Assista ao treiler do filme clicando aqui
domingo, 13 de dezembro de 2009
Os Espiões - Livro da Semana
Um
livro de leitura extremamente agradável.
eu
conhecia apenas o lado "cronista" do Luis Fernando Veríssimo, e como
estava um tanto quanto cansado de livros longos e densos, necessitando com
urgência de algo mais "leve", de uma leitura para entreter, resolvi
pegar o novo livro do "Filho do Homem" (o Homem, no caso, é Érico
Veríssimo, um dos grandes gênios da literatura brasileira de todos os tempos).
À
medida que avançava na leitura de "Os Espiões", mais eu passei a
admirar o Veríssimo Filho. O livro é muito bem contato, com sua tradicional
"veia humorística", repleto de ironias. O ritmo da leitura é bastante
intenso e envolvente e os personagens foram muito bem criados e
"caricaturados".
E
como se não bastasse tudo isso, o livro ainda possui boas citações e relações com
a mitologia grega, tons de "romance policial", com a caracterização
da "espionagem" da história, e muitas referências literárias, citadas
constantemente pelo personagem principal, que é o narrador do livro.
Os Espiões é uma excelente pedida para quem procura uma leitura leve e agradável, para os que procuram uma boa "leitura entretenimento" com o tradicional toque humorístico de Luís Fernando Veríssimo.
domingo, 6 de dezembro de 2009
O PRIMEIRO DIA DO FIM DO MUNDO: Flamengo, Campeão Brasileiro de 2009
Hoje é o primeiro dia do fim do
mundo. O Flamengo foi campeão brasileiro, e isso acarretará danos irreversíveis
para o futuro de nosso planeta. Como se não bastasse por si só o fato de termos
que aguentar durante anos, décadas e séculos as palavras dos torcedores
convencidos e pouco racionais dessa imensa massa rubro-negra, o título de
Campeão Brasileiro de 2009 irá acarretar uma série de fatores que culminará com
a extinção da raça humana e destruição de nosso planeta em 2012, como foi
previsto diversas vezes por diversas civilizações do passado.
A
primeira catástrofe que acontecerá, a partir de amanhã, é que todo aquele mundo
de camisas que estavam esquecidas no fundo do baú surgirão, poluindo
visualmente o nosso país e o mundo, onde quer que exista um torcedor do
Flamengo. Tais camisas, por estarem a tanto tempo “enterradas” no fundo do baú,
com forte cheiro de naftalina, acabarão com destruir delicados animais: as
abelhas. As abelhas, ameaçadas, não mais existirão em número suficiente para
fazerem o trabalho da polinização, e isso contribuirá para, em curto prazo, a
extinção de espécimes da flora de determinadas regiões. A médio prazo, animais
que se alimentam de determinadas plantas também começarão a desaparecer,
levando a um desequilíbrio ecológico. Assim, o Flamengo, em apenas alguns
meses, vai conseguir o que toda a humanidade demoraria décadas para conseguir:
destruir inúmeras espécies de plantas e animais.
Como
se não bastasse essa extinção em massa da vida vegetal e animal em nosso
planeta, toda aquela maré de camisas rubro-negras irá contribuir para a
reflexão da luz do sol em nosso planeta. Todas aquelas camisas, com forte tom
preto (como todos sabem, a cor preta não reflete bem a luz), irão impedir que a
luz do sol, ao bater sobre o nosso planeta, mais precisamente sobre o Brasil,
seja refletida; e o vermelho, de tom mais forte, mais quente, irá contribuir
para um “efeito estufa” que acontecerá com maior intensidade sobre o nosso
país. Isso tudo acarretará num deslocamento do eixo de nosso planeta, e
consequentemente a incisão dos raios solares sobre os pólos. O processo de
derretimento das calotas polares será acelerado e outras serão formadas onde
antes fazia calor.
O
fim do mundo está começando, e isso não é filme de ficção científica ou fruto
de previsões pessimistas, feitas há milênios, por uma civilização extinta. Salve-se
quem puder!
Um grande clássico da literatura nonsense inglesa, Alice no País das Maravilhas, ganha vida com a adaptação para o cinema pelas mãos de Tim Burton
Alice
no País das Maravilhas é a obra mais conhecida do escritor britânico Lewis
Carroll e tida como um grande clássico da literatura inglesa. O livro é
considerado um dos expoentes, uma das principais obras do gênero literário
nonsense.
O livro conta a história de uma
menina chamada Alice, que, espantada ao ver passar pela sua frente um coelho
branco falante e tira um relógio do bolso, resolve segui-lo até sua toca. Nela,
tem a impressão de que está caindo num buraco sem fundo e acaba por se ver num
lugar fantástico, povoado por criaturas peculiares, antropomórficas.
A obra tornou-se um grande clássico
não só na literatura infanto-juvenil, lida e discutida até hoje, mas também,
talvez principalmente, entre os adultos, pois ela resgata um gênero literário
de fantasia, de criatividade, despertando a imaginação muitas vezes pouco
explorada em outros tipos de leitura.
O livro faz brincadeiras e enigmas lógicos, o que contribuiu para sua
popularidade. Carroll também faz alusões a poemas da era vitoriana e a alguns
de seus conhecidos, o que torna a obra mais difícil de ser compreendida por
leitores contemporâneos. É uma das obras escritas da literatura inglesa que
tiveram mais adaptações na história do cinema, TV e teatro.
Alice No País das Maravilhas pode ser
interpretado de várias maneiras. Uma das interpretações diz que a história
representa a adolescência, com uma entrada súbita e inesperada (a queda na toca
do coelho, iniciando a aventura), além das diversas mudanças de tamanho e a
confusão que isso causa em Alice, ao ponto de ela dizer que não sabe mais quem
é após tantas transformações (o que se identifica com a psicologia
adolescente). Também é possível dizer que a obra faz referências a questões de
lógica e à matemática, matéria que Carroll lecionava. Um exemplo é o debate que
Alice faz com o Chapeleiro e a Lebre de Março sobre relações inversas.
Agora o livro ganha uma adaptação para o
cinema dirigida por Tim Burton, um dos grandes cineastas de nosso tempo,
reconhecido pelo seu estilo ímpar. Onde quer que Tim Burton coloque o dedo, o telespectador
vai reconhecer seu estilo, com sombras acentuadas, belas músicas e personagens
bizarros, mas cativantes e em Alice no País
das Maravilhas o cineasta encontrou inspiração para deixar vazar todo o seu
ímpeto criativo, com todos aqueles seres fantásticos, todo aquele ambiente
repleto de cores, luzes e sombras.
No
filme, Burton vai misturar captura de movimentos e animação 3D, com bonecos e o
stop-motion que fizeram o sucesso de A Noiva Cadáver.
O elenco escalado inclui nomes da filmografia de Burton: Johnny Depp
(Chapeleiro Maluco), Helena Bonham Carter (Rainha de Copas), e Christopher Lee.
Completam o elenco Anne Hathaway (Rainha Branca), Michael Sheen (Coelho Branco)
e Mia Wasikowska (Alice).
Atualmente,
o filme encontra-se em processo final de produção e tem sua data de lançamento
prevista para 5 de março de 2010, nos Estados Unidos.
domingo, 29 de novembro de 2009
Palavras de agradecimento pelo sucesso obtido com o lançamento de "Uma História em Cinco Vozes"
Venho através desta mensagem agradecer a
todos pelo sucesso obtido com o meu primeiro livro, Uma História em Cinco Vozes. A aceitação, a crítica foi tão
favorável que me surpreendeu enormemente, tanto que a primeira tiragem, lançada
em 7 de abril deste ano, foi esgotada, e eu tive que providenciar uma nova, com
mais 100, devido a procura que está acontecendo por exemplares do livro.
O livro, nascido para ser um de “contos
de fadas para adultos”, teve uma aceitação muito maior do que as minhas mais
otimistas projeções, pois se tornou comum a sua utilização em sala de aula,
pelos professores, por parte de palestrantes, que utilizaram minhas histórias
em meio às suas palestras.
E todo esse sucesso, toda a
repercussão favorável que teve o livro, eu devo a você, amigo, que sempre me
apoiou nessa dura e difícil empreitada que foi a construção e realização desse
sonho que tenho lutado tanto ao longo dos anos, de publicação de minhas
histórias e início de uma “carreira literária”.
E, como todos sabem, a forma como
encontrei para homenagear a todos vocês, grandes amigos, foi a da publicação de
um conto no livro, cujo título é O Jardim
da Amizade, a última e mais difícil história de se escrever, de se
expressar através das palavras. Além disso, as palavras, simples, da
dedicatória, Dedico este livro a meus
amigos, e a forma que encontrei para homenageá-los, para expressar toda a minha
estima, foi a de incluir um conto, o último a ser escrito e colocado neste
livro, cujo título é O Jardim da Amizade, servem para exemplificar a minha
gratidão a todos aqueles que ajudaram não só para a obtenção do sucesso com o livro, mas também para
escrever a história de Uma História em
Cinco Vozes.
sábado, 21 de novembro de 2009
Como seria Drácula, de Bram Stoker, no mundo de hoje?
Tudo bem. Resolvi me declarar
publicamente um chato, um alguém conservador e pouco afeito às novas mudanças. No
tocante a literatura então, sou praticamente intratável, conservador ao
extremo, pouco afeito aos modismos e fiel defensor das “tradições literárias” e
das boas histórias.
Um
desses modismos, o que tem se mostrado o mais forte da atualidade, é o da explosão
literária dos “vampiros”.
Os
vampiros estão entre as criaturas mitológicas-fantasiosas que mais despertam o
interesse dos leitores desde tempos imemoriais. Desde antes do lançamento do
clássico Drácula, de Bram Stoker, o
vampiro desperta amores, interesses e temores no imaginário do homem. Esses fantásticos
seres têm despertado fascínio no homem em todas as áreas. No cinema foram
feitas inúmeras adaptações, sendo algumas consideradas verdadeiras obras-primas
do cinema e outras se tornando verdadeiros ícones no gênero suspense/terror. Na
literatura, são outras tantas histórias que povoam o imaginário dos leitores. É
raro um jovem escritor que pensa em empreender uma carreira literária no gênero
do suspense/ terror ou com toque de misticismo que não tenha escrito pelo menos
uma história sobre vampiros, ou que tenha, em meio a uma de suas histórias pelo
menos uma “participação especial” de uma dessas criaturas.
As
histórias de vampiros são, muitas vezes, tão vívidas que deixaram, há tempos,
de povoar o imaginário e passaram e ser vividas (e sentidas!) por muitos dos seus
amantes. Não é raro encontrar, seja na Irlanda, terra de Bram Stoker, na Transilvânia,
onde a figura de Drácula é tão
presente, nos Estados Unidos ou aqui no Brasil, aqueles que acreditam piamente
na existência de vampiros, ou aqueles que juram (de pé junto) já terem
encontrado algum e ainda há os que dizem terem sido mordidos.
No
entanto, fora desse fascínio por vampiros, que remonta e tempos imemoriais, o
que tempos visto hoje é uma enxurrada de livros que tratam do assunto. Para comprovar
isso, basta olhar a lista dos livros mais vendidos, pois lá, entre os dez,
podem ser encontrados facilmente pelos menos seis títulos que têm como
protagonista (ou antagonista, por que não?) algum vampiro. Mas esses títulos,
longe do bom gosto das tradicionais histórias de vampiros, têm se mostrado uma
verdadeira deturpação da história e do nome dos vampiros.
Vampiros,
existindo na vida real ou “apenas” no imaginário das pessoas, têm uma reputação
a zelar, têm toda uma história construída ao longo dos séculos (e das noites
escuras da Transilvânia!), o que não está sendo respeitado nos dias de hoje. Temos
visto, na literatura e no cinema, principalmente, uma enxurrada de “vampirEMOs”
e de “vampiros vegetarianos”, que mais chamam a atenção pelo seu visual de
bom-moço, com seus penteados altamente estilosos do que pelo temor ou fascínio
que os verdadeiros vampiros exercem. Vampiros que não mordem ninguém, que não
colocam medo sequer a uma criança de cinco anos, que deixaram de habitar as noites
escuras e passaram a andar a luz do sol (e a brilhar durante os dias!) não são
vampiros, mas sim posers que só
porque andam de preto durante o dia e possuem dentes proeminentes (muitas vezes
chapas) batem no peito para se proclamarem vampiros, embora fujam, enjoados, ao
primeiro sinal de sangue!
Eu
sempre fui fascinado pela fantasia, pelo respeito que o nome vampiro exerce no imaginário das
pessoas. Já li inúmeros livros que tratem do assunto, inclusive o maior
clássico de todos: Drácula, de Bram
Stoker. E me sinto enormemente ultrajado quando vejo a forma e no que os
vampiros se tornaram hoje em dia. Fico, por vezes, a pensar em como seria um Drácula, se Bram Stoker o escrevesse
hoje. Que visual ele teria? Como se portaria com as outras pessoas, os meros
mortais? Quem (ou o quê) ele morderia?
Só
em tentar responder as essas hipotéticas perguntas sinto um arrepio me subir
pela espinha e fico a imaginar como devem estar os ossos de Bram Stoker, se
debatendo em seu túmulo, a uma hora dessas, vendo no que a sua obra-prima se
tornou para o “mundo moderno”!
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Salada Russa - Livro da Semana

o primeiro conto do livro é do pioneiro da literatura daquele país: Puchkin. o conto possui o que é uma característica de muitos escritores russos: a tragédia. a diferença, na história que abre o livro "Salada Russa", é o tom que pode ser interpretado, também, como "cômico".
o segundo conto, de Liérmontov, escritor este tão pouco conhecido no Brasil, é de uma intensidade impressionante, e a história só tem seu verdadeiro desfecho na última linha, prendendo o leitor da primeira à última palavra.
o seguinte é de Turguêniev, escritor conhecido em nossas terras pela obra "Pais e Filhos". seu conto é de uma simplicidade e delicadeza ímpar que, apesar de possuir uma forte carga emocional, de possuir características de um drama, possui uma sensibilidade rara, de uma ternura impressionante.
o outro, de Tolstoi, trata-se do conto "depois do baile", que é relativamente comum em coletâneas de conto do autor. possui tudo que tornou-se a marca do consagrado escritor de "Guerra e Paz" de "Anna Kariênina": conflitos, dramas e finais com fortes tons "não muito felizes".
em seguida aparece o conto de Gárchin, escritor russo tão pouco conhecido no Brasil. pela história, muito forte e marcante, nós, leitores brasileiros, lamentamos enormemente por possuirmos tão pouca coisa desse escritor publicada por aqui.
Tchékhov, o que é considerado o principal contista russo de todos os tempos e um dos mais importantes de toda a literatura mundial, teve seu espaço reservado nesse livro, sendo o único a ter três histórias curtas na obra.
Gorki, escritor que tem como principal marca as história com forte cunho político, apresenta-nos dois textos de uma simplicidade tão pouco conhecida em sua obra. seus contos (são dois os que foram colocados no livro "Salada Russa") são curtos, ternos e delicados.
e para fechar o livro, temos um conto do escritor Grin, este tão conhecido quanto Gárchin. seu conto é de uma força impressionante, com personagens muito bem construidos numa circunstancia marcante, com tons de uma fantasia pouco explorada dentro do universo literário russo e um romantismo de uma beleza ímpar, não só na literatura russa, mas universal.
o livro "salada russa" teve os textos, todos, traduzidos direto do russo por Tatiana Belinky.
domingo, 15 de novembro de 2009
Fahrenheit 451 - Livro da Semana
Escrito por Ray Bradbury na
década de 50, o livro Fahrenheit 451 relata
a história em um “futuro perfeito”, onde as pessoas vivem uma sensação de paz e
felicidade plena, quando se veem livres de quaisquer espécies de
questionamento. Vivem suas rotinas sem qualquer preocupação.
Nessa
sociedade de um estado totalitário, os bombeiros atuam como verdadeiros agentes
repressores, responsáveis pela queima e destruição da que se tornou a maior
arma sediciosa à felicidade das pessoas, justamente por despertarem nelas
questionamentos não só relacionados ao mundo que as cerca, mas a forma como o veem
e a si próprias: os livros.
Nesse contexto, conhecemos o bombeiro Guy
Montag, um bombeiro fiel a sua causa, ciente de sua responsabilidade para com a
sociedade. Responsável, o bombeiro vê se mundo mudar quando conhece sua vizinha
adolescente, em que nunca tinha reparado.
Jovem, como que falando a si própria, e o homem, então, percebe a pertinência
das colocações e questionamentos dela e começa a dar uma maior atenção ao que a
adolescente diz.
Dia
após dia, Guy a encontra, por vezes propositalmente, em outras por um mero
acaso, e se dá conta do quão tragado está sendo pelas palavras da adolescente. Mas
os encontros entre o bombeiro e a adolescente foram bruscamente interrompidos
com a morte dela. Fora atropelada ao atravessar uma via expressa e parara para
reparar no céu.
Deparando-se
pela primeira vez com um sentimento de perda (sentimento este que também fora
abolido nessa sociedade), foi trabalhar, como todos os dias, e justamente neste
dia um chamado urgente o fez se deslocar, junto com todo o seu grupamento, a
uma casa onde eram escondidos não só um, mas muitos livros. E no processo de
queima, o dono daquela biblioteca recusou-se a sair de dentro da casa,
preferindo morrer queimado, junto com seus preciosos livros.
Essa
morte vai surtir um efeito devastador na alma de Guy Montag, e se pergunta o
motivo de alguém chegar a dar sua vida por algo como um livro. Adoentado, o
bombeiro vê chegar a sua casa seu capitão, que explica as regras que regem
aquela sociedade e mostra os porquês dos livros serem tão amplamente
combatidos, por representarem uma ameaça a paz e a felicidade das pessoas. No entanto,
tais explicações, longe de alcançar os efeitos desejado, deixam no bombeiro um
sentimento estranho, com o qual ele nunca havia se deparado. Procura um outro
homem, antigo professor, que fora certa vez investigado por suspeita de possuir
livros em sua residência e por agir em prol da propagação de livros e de
levantar questionamentos às pessoas e ao mundo que o cerca, e, com os olhos
abertos, vê o erro que tem cometido ao longo de todos aqueles anos de serviço à
sociedade na queima de livros.
Guy
Montag, de agente repressor, passa a agir como um daqueles que justamente
combatia e se vê perseguido pelo Estado por que havia lutado até então.
Um
livro intenso e perturbador, Fahrenheit
451 representa um marco na literatura do século XX, não só dentro do gênero
de ficção científica, mas de toda a literatura, por ter sido dos pioneiros e
abordar os temas a que aborda e por representar o primeiro livro a pintar um
futuro “distópico”.
domingo, 8 de novembro de 2009
Concreta e abstrata - crônica
Podem
me chamar de ignorante, de não saber compreender e até de insensível, mas a
partir de agora não vou mais mentir e dizer que gosto, sem gostar, de poesia
concreta e de arte abstrata. Cansei de mentir para amigos “artistas” que vinham
me mostrar suas “obras” e eu, mesmo sem entender absolutamente nada, dizer,
para não desapontá-lo, falar um insosso “gostei” ou algo do tipo: existe algo
nessa obra que me deixou inquieto, que mexeu comigo. Não. A partir de agora não
vou mais mentir, nem para os amigos, e se vieram me pedir para “avaliar” sua
obra pense duas, três, dez, vinte e cinquenta vezes antes de falar comigo, pois
correrei o risco até de perder a amizade, mas não vou deixar de ser sincero.
Existem, lógico, exceções dentro do
grupo adepto a essa arte, de artistas de renome, reconhecidos por sua
sensibilidade, mas esses são exceções.
E muitas vezes, até mesmo esses artistas para se fazerem entender em sua arte,
ainda tem que dar explicações, dar os motivos de terem usado aquele tipo de material,
de terem espalhado as tintas daquele jeito, de terem jogado as letras naquele
sentido ou de darem tal sentido a determinada palavra.
A arte, a poesia deve falar por si
só. Deve mexer com aquele que a contempla e com o que a lê, sem que seja
preciso um alguém a explique, pois cada um a sente de uma maneira diferente. Mas
arte abstrata e poesia concreta são estilos artístico e literário que, em nome da quebra de regra, do não
seguimento a um “academicismo” e do “desprendimento”, acabaram quebrando o
bom-senso, a beleza, o sentindo e o desejo de se contemplar um quadro ou uma
escultura ou de se ler e sentir a poesia de um poema. A arte tem que mexer
conosco, sim, mas não num sentido de estranheza, de repulsa, pois ela nasceu
para ser compreendida, para ser sentida e contemplada.
Cansei de poemas sem poesia, de
letras jogados ao léu numa folha de papel em branco (isso, quando existem
folhas de papel!), de ferros retorcidos, de pontas, de concreto e de ainda, ao
ouvir a explicação do artista, soltar uma exclamação do tipo: “ah, agora
entendi!”, quando, na verdade, continuei sem entender nada, mesmo após a
explicação, e passei a gostar menos ainda “entendendo” do que “antes de
entender”.
Desculpem-me, amigos, adeptos a essa
arte, mas, acima de tudo, sou uma pessoa fiel ao bom-senso, sou uma pessoa
sincera, amante da boa poesia e da bela arte.
domingo, 1 de novembro de 2009
Indignação - Livro da Semana
Philip Roth, escritor
norte-americano nascido em Newark, Nova Jersey, em 1933, numa família de origem
judaica, é considerado um dos maiores romancistas do seu país na segunda metade
do século XX. É conhecido, sobretudo, pelos romances, mas também tem uma
extensa obra em contos e ensaios.
Entre as suas
obras mais conhecidas encontra-se a coleção de contos Goodbye, Columbus, de 1959, a novela O complexo de Portnoy (1969), e a sua trilogia americana,
publicada na década de 1990, composta pelas novelas Pastoral Americana (1997), Casei
com um comunista (1998) e A Mancha
humana (2000).
Muitas de suas obras refletem os
problemas de assimilação e identidade dos judeus nos Estados Unidos e explora a
natureza do desejo sexual e da autocompreensão. A marca registrada da sua
ficção é o monólogo íntimo, dito com um humor amotinado e a energia histérica
por vezes associada com as figuras do herói e narrador de O complexo de Portnoy, a obra que o tornou conhecido.
Venceu diversos prêmios literários,
inclusive o Pulitzer, na categoria
ficção, pelo seu livro Pastoral Americana,
em 1998.
Em seu mais novo livro, Indignação, Roth, conta a história de
Markus Messner, um jovem judeu residente em Newark. Estudioso, Markus
acostumou-se, desde cedo, a ouvir das pessoas que tinha um longo e belo futuro pela frente. Destaca-se na escola pelas
excelentes notas e bom-comportamento. No entanto, apesar de fazer sempre o que
os outros esperam dele, sendo um bom filho, não se envolvendo com coisas
erradas, que não sejam da tradição a que sua família segue, ele se vê obrigado
a, na maioridade, quando entra pra universidade, ir embora para estudar numa no
estado de Ohio, na Universidade de Winesburg, uma instituição conservadora,
tudo porque seu pai, um açougueiro Kosher,
vigoroso, parece ter enlouquecido ante a menor probabilidade de seu filho se desvirtuar – louco de medo e apreensão
que os perigos da vida adulta e o mundo cercam seu único filho.
Cansado da insegurança e da loucura
de seu pai, Markus se muda e passa a viver num quarto do alojamento da
universidade, que fica no Meio-Oeste americano. Lá, no primeiro quarto que
ocupa, tem desentendimentos com um dos companheiros de quarto, e acaba se
mudando. No segundo quarto a que ocupa, apesar de ter encontrado, pelo jeito, um
outro aluno tão aplicado e discreto quanto ele, teve desentendimentos, e mais
uma vez teve que mudar de quarto, indo, dessa vez, ocupar um quarto sozinho, o
que acabou por chamar a atenção do diretor da universidade, que o chama para
conversar e tentar entender os problemas de sociabilidade do jovem e talentoso
judeu.
Em meio a todas as confusões do
inicio dessa fase de sua vida, Markus também se vê numa fase de descobertas em
sua vida, de uma paixão arrebatadora por Olívia, uma não-judia cujos pais são divorciados,
tentou suicídio e sofreu de problemas de ordem psicológicos, que a levaram,
inclusive, a ser internada.
Medo, insegurança, conflitos e
incompreensão acabaram por levar o promissor aluno de direito da Universidade
de Winesburg aonde ele não quer ir: para a Coréia, no auge dos conflitos, onde
os Estados Unidos estão envolvidos, de onde ele conta sua história após ter
sido ferido, sob o efeito da morfina.
domingo, 25 de outubro de 2009
Antes Tarde do que Nunca: a descoberta de Felicidade Conjugal, de Tolstoi
Sou um completo (e confesso)
apaixonado pela literatura russa. Ainda me pego, por vezes, a pensar, em como
um país, até então sem grande tradição literária (comparando com a Inglaterra e
França, principalmente, que tem uma tradição literária de séculos) pôde, em tão
curto espaço de tempo, em apenas um século (o XIX), ver nascer de seu seio tão
grandes e importantes escritores, não só para a própria Rússia, mas para todo o
mundo e universo literário.
Foi
na Rússia do século XIX que surgiram grandes gênios da literatura como
Aleksandr Puchkin (1799-1837), Nikolai Gogol (1808-1852), Mikhail Lérmontov
(1814-1841) – esse tão pouco conhecido no Brasil –, Ivan Turgueniev
(1818-1883), Fiodor Dostoievski (1821-1881), Liev Tolstoi (1828-1910), Anton
Tchekhov (1860-1904), Máximo Gorki (1868-1936) e Leonid Andreiev (1871-1919) –
também este pouco conhecido e falado em nosso país –, e isso só para citar
alguns, pois o universo da literatura russa é muito mais amplo e possui muitos
outros gênios. Esses escritores, poetas, romancistas, contistas, novelistas e dramaturgo,
apesar de alguns terem avançado, em vida, alguns anos dento do século seguinte,
viveram e produziram a maior e mais significativa parte de sua obra dentro do
século XIX, ou pelo menos tiveram suas influências e obras situadas nesse
século. Pode-se afirmar, portanto, que foi o século XIX a fase de ouro da literatura russa.
Obras
marcadas, sempre, por intensos conflitos, repletas de drama, com uma forte
carga emocional são marcas natas da literatura russa desse período. Valores,
filosofia, relações conjugais, romances históricos e críticas sociais também
são temas a que muitos escritores recorreram no período.
Dentro
deste tão fascinante universo literário, existem marcantes e importantes obras
literárias, cuja leitura é essencial para a formação cultural e intelectual de
um grande leitor, como os livros de
Dostoievski Crime e Castigo e Irmãos Karamazov, de Turgueniev Pais e Filhos, Almas Mortas e Tarás Bulba, de Gogol, A Mãe, de Gorki, os contos, peças e novelas de Tchekhov, os contos
de Lérmontov e de Andreiev e as poesias de Puchkin, tido por muitos como o pai da literatura russa. Além desses,
Tolstoi possui um especial lugar reservado em qualquer estante, com os
importantes Anna Kariênina e Guerra e Paz.
É
Tolstoi, entre todos os gênios da literatura russa, o meu favorito. Leio-o há
anos, sou fascinado por sua obra, sempre tão intensa, com personagens tão
marcantes, sempre repletas de críticas sociais, reflexões teológicas,
conflituosa, repleta de filosofia, pregações morais, etc. E dentro da obra do
genial escritor, dois de seus livros são os que mais chamam a atenção do leitor,
Guerra e Paz, publicada entre os anos
de 1865 a 1869, e Anna Kariênina,
entre os anos de 1875 a 1877, pela monumentalidade (existe essa palavra? Se não
existe, eu acabei de inventar!) da obra, pela complexidade, pela infinidade de
personagens que foram criados, desenvolvidos e explorados de maneira magistral
pelo escritor. No entanto, a obra do escritor nascido em Yasnaia Polyana em
1828, vindo de uma tradicional e rica família, não se resume a esses dois
livros. Dentro de sua extensa produção, figuram importantes novelas, como Sonata Kreutzer (1889), A Morte de Ivan Ilitch (1886) e Padre Sérgio, além de diversos contos
pedagógicos, publicados no Brasil no livro Contos
da Nova Cartilha, e de diversos contos, sendo os mais conhecidos e
significativos em sua obra publicados no volume O Diabos e Outras Histórias. Isso tudo, fora outros tantos livros,
contos, novelas, crônicas, relatos de sua vida enquanto militar, descrições da
vida das pessoas, que fez em suas inúmeras viagens.
Mas mesmo sendo um tão apaixonado
pela obra de tão fascinante escritor, lendo-o, já, à tantos anos, sua obra
ainda esconde inúmeras surpresas, obras-primas da literatura mundial tão pouco
faladas, como é o caso de Felicidade
Conjugal, uma de suas primeiras experiências literárias. Trata-se de uma
novela, publicada antes de seus mais conhecidos livros, em 1858.
Felicidade Conjugal é uma obra de beleza
e delicadeza ímpar. As
descrições do genial escritor neste pequeno livro são perfeitas, os sentimentos
são intensos, explorados de uma maneira impressionante. A forma como Tolstoi
descreve os sentimentos, a sensibilidade do autor ao descrever a "chegada
do amor" o impressionante. A maneira como ele relata a ansiedade ante a
concretização de um sonho, do casamento, marca profundamente a nossa percepção
de vida, de como lidamos com os nossos sentimentos. E, no segundo momento do
livro, todos os conflitos, as angústias, os anseios agigantam a obra,
tornando-a não só um marco não só dentro da produção literária do autor, mas de
toda produção literária de seu país na época, como também no mundo, de todos os
tempos da literatura.
Antes de Felicidade Conjugal eu nunca havia lido, em lugar algum, em forma
algum de texto (conto, crônica, artigo, romance, poesia, etc), uma descrição
tão precisa quanto à chegada do amor, como a forma como o sentimento nos toma e
se agiganta em nosso peito.
Foi Felicidade Conjugal e minha grata surpresa literária deste ano de
2009 e marcou profundamente a minha vida
de leitor, tanto que o tenho como um
dos melhores livros que já li em minha vida.
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