quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Espelho Quebrado



a minha última postagem do ano tinha que ser algo especial, que representasse o magnifico ano que passou, mas que tivesse, também, muito do que espero para o ano que está começando, e por isso escolhi liberar, em primeira mão, para os leitores deste blog, a frase de abertura de meu próximo livro, Espelho Quebrado,  tal como vai ser apresentada no livro, a ser lançado no primeiro semestre do próximo ano.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Senhor & Servo - um raio que caiu duas vezes no mesmo lugar, sobre um mesmo leitor



Reza a lenda que um raio não cai no mesmo lugar duas vezes. Na literatura, essa é só uma lenda, pois há exemplos e mais exemplos de escritores geniais que “fulminaram” seus leitores com magníficas obras e há, também, o caso de numa casa só caírem três grandiosos raios, onde surgiram três das mais importantes escritores da literatura inglesa e mundial: as irmãs Brönte. Nessa casa, todas as três filhas tornaram-se escritoras e produziram obras-primas da literatura mundial. A Emily, talvez a mais famosa, ficou célebre por O Morro dos Ventos Uivantes, enquanto a Charlote por Jane Eyre, enquanto a irmã mais nova, menos conhecida pelo público brasileiro, escreveu o genial, forte e marcante A Moradora de Wildfell Hall.
            A literatura mundial está repleta de exemplos desse tipo, de raios que caem numa mesma casa e família, de tempestades de raios que caíram (que saíram, na verdade) da mente criativa de um único escritor.
            Há alguma semanas (verifique entre as postagens mais antigas), eu coloquei neste blog um texto falando de minha surpresa por ter descoberto, tardiamente, é verdade, a magnífica obra de Tolstoi, Felicidade Conjugal. A leitura daquele livro foi, para mim, como um raio que me tivesse fulminado, deixando-me inteiramente pasmo, a mercê de tamanha descarga emocional de que tal história possui. Livro de uma delicadeza rara, de uma sensibilidade sem precedentes na literatura mundial. E eu, que julgava tão conhecedor de Tolstoi, leitor apaixonado por suas obras-primas Guerra e Paz e Anna Karienina, me rendi inteiramente àquela tão singela história de amor. Foi uma grande “surpresa literária” para mim a leitura de Felicidade Conjugal. Mas eis que o ano de 2009 ainda guardava uma outra enorme surpresa para mim. Quando eu julgava o ano já terminado, quando já tinha recebido o meu “raio”, eis que cai um outro, enviado dos “céus literários” pelo mesmo gênio: Tolstoi. Foi a leitura de Senhor & Servo – e outras histórias que me atingiu, tal qual um raio, no final deste ano.
            É Senhor & Servo – e outras histórias um livro de contos, dos mais belos e marcantes da literatura mundial. Livro com “apenas” três pequenas histórias, que o leitor, ao terminá-lo, sente-se tão desnorteado (a sensação que temos quando atingidos por um “raio literário”) que não sabemos dizer qual das histórias foi a mais marcante e impactante, que desencadeou a maior energia dentro de nós, seres humanos, leitores, apaixonados. O livro é composto pelos contos Senhor & Servo, O Prisioneiro do Cáucaso e Deus Vê a Verdade, mas custa a Revelar, que são completamente diferentes uma da outra, mas que têm em comum a incrível carga emocional, a surpresa guardada até o último instante como só os grandes gênios da literatura mundial conseguem guardar. Até o último conto, de caráter profundamente teológico e reflexivo, guarda surpresas além daquelas que o leitor poderia esperar de um texto dessa natureza.
            Livro forte, marcante, intenso e surpreendente, foi Senhor & Servo – e outras histórias o segundo raio que me atingiu, em cerca de dois meses, nesse ano de 2009.
            E que venha 2010, repleto de grandes livros, pois estou, como leitor, pronto para ser fulminado por uma tempestade de raios.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Balanço anual de planos e leituras de 2009


Final do ano se aproximando, e eu me vejo aqui, sentado de frente ao computador, pensando em tudo aquilo que havia planejado para o ano de 2009. Muitos planos foram concretizados, outros parcialmente, alguns se mostraram inviáveis enquanto outros não foram nem tentados. Mas no geral, coloco 2009 como um ano muito bom, em que meu sonho maior foi realizado, e estou iniciando minha “carreira literária”. Uma História em Cinco Vozes foi um sucesso de crítica e público, sua primeira tiragem foi esgotada e tive que correr para providenciar uma segunda, para este final de ano, para que não faltasse livros para “meus leitores”. Terminei outro livro, Espelho Quebrado, que ainda não tem data fechada para lançamento, mas que provavelmente será já no primeiro semestre de 2010, e ainda há outros projetos literários para 2010, como a publicação de outro livro de contos e novelas, um “livro ilustrado” e ainda outros romances a serem iniciados.
            As leituras de 2009 foram muito boas, apesar de alguns livros não terem sido dos mais interessantes. Iniciei 2009 lendo O Conde de Monte Cristo, um dos mais engenhosos e belos livros que já li em minha vida, li livros de contos e crônicas para desopilar vez por outra, me surpreendi quando li Indignação, fiquei perturbado quando li Fome e tocado quando me deparei com O Filho Eterno. Fiz a releitura do que, para mim, é um dos mais belos livros da literatura brasileiro de todos os tempos, Olhai os Lírios do Campo, e ri bastante com alguns livros de Luis Fernando Veríssimo, além de ter descoberto, tardiamente, é verdade (mas, como diz o ditado: antes tarde do que nunca!) Jorge Amado. Conheci alguns belos livros da literatura brasileira e fiquei encantado com as histórias de Francisco Alves Martins Neto, nas histórias de seu livro Crônicas Sensoriais, além de ter descoberto algumas belas histórias (e livros) da literatura potiguar. Li biografias, contos, crônicas, romances, clássicos, Best-sellers, policiais, livros de ficção científica, cartas de amor (com o livro Para sempre – 50 cartas de amor de todos os tempos), mas não tive a coragem de encarar Ulysses, de James Joyce, e tive que adiar os planos de ler tal livro nas minhas próximas férias. Conheci obras magníficas da literatura mundial, clássicos que me envergonhava de nunca ter lido, como Admirável Mundo Novo, Fahrenheit 451, A Revolução dos Bichos, além de alguns belíssimos livros da literatura brasileira, como Meninos de Engenho e Capitães da Areia e bebi cada palavra de Os Miseráveis e me apaixonei perdidamente, surpreendido enormemente com a doçura das palavras de Felicidade Conjugal. No entanto, as leituras de 2009 não foram só flores, pois também houveram algumas decepções, como A História de Edgar Sawtelle (que é uma contra-indicação de leitura que faço) e a leitura do insosso A Professora de Piano.
Russos, brasileiros, potiguares, alemães, franceses, norte-americanos, italianos, ingleses, africanos, orientais, enfim, foram muitos os livros lidos, muitas surpresas e algumas decepções, mas que 2009 foi um ano e tanto, isso é inegável.
Trabalhei muito, escrevi muito, li muito, tive tempo para muita coisa e faltou tempo para outras. Não entrei na academia, ganhei peso, perdi peso, não ganhei na Mega-Sena (também, não joguei!) como havia planejado. Solidifiquei amizades, fiz novos amigos, e acredito não ter feito nenhuma inimizade. O blog eu mantive bastante ativo, recebi inúmeros e-mails de leitores, elogiando ou criticando os textos, participei ativamente do Skoob, descobri o Livro é Tudo e participei da organização do Primeiro Concurso Cultural, que distribuiu inúmeros livros como premiação deste portal.
E revendo tudo isso, percebo que, apesar de não ter realizado tudo aquilo que planejei no início do ano, curti cada momento daquilo que empreendi. O que fiz, o que conquistei, não foi fruto de um gênio surgido de uma lâmpada mágica que realizou, num passe de mágica, meu desejo, mas sim, fruto de muito esforço e perseverança.
Sei que muito do que não foi feito deve-se a simples falta de tempo. Também, eram tantas coisas a fazer, tantos planos, que seriam necessário pelo menos 5 anos pra dar cabo de tudo! O que foi feito, o que foi conquistado, valeu a pena, foi suado e hoje me vejo orgulhoso por tudo isso.
 2010 está aí, batendo à nossa porta, e o que planejo para esse ano? Eu não sei, ainda. Só sei que 2009 foi um ano muito bom e me encontro, hoje, curtindo os louros da vitória e descansando, pois um novo ano está para começar e uma nova luta está para ser iniciada.
Desejo a todos um feliz 2010, repleto de muitos planos e sonhos realizados, e muitos livros lidos.

domingo, 20 de dezembro de 2009

O Solista - Livro da Semana

 
Steve Lopez é um jornalista que trabalha para um dos mais importantes jornais do mundo, o Los Angeles Times e passa intermináveis horas do seu dia em busca de assuntos que escreve em sua coluna. Passa longas horas do dia na sede do jornal e outras tantas nas ruas da cidade, em meio ao trânsito da metrópole, quando, num desses momentos, mesmo com tanto barulho ao seu redor, escuta algo mais forte que a buzina dos carros e a zoada daquele mundo que o cerca: escuta uma bela música, intensa, vibrante e cheia de vida como ele nunca havia escutado antes. Guiado por tão divina música, o jornalista a persegue entre carros, passando por ruas estreitas e largas avenidas, até encontrar aquele que a executa com tamanha maestria. Para sua grande surpresa, quem a toca não é um música sobre um palco, vestido de maneira impecável, tendo a sua frente uma platéia pronta a aplaudi-lo ao último acorde, mas sim um mendigo, que embora esfarrapado, porta-se com dignidade e toca sua música para uma platéia invisível, em meio às pessoas que passam em seu ritmo frenético do dia-a-dia sem ao menos lhe prestar atenção. O jornalista se aproxima, como que hipnotizado por tal homem, por tão bela música e fica a contemplá-lo. Quando este acaba, que se vê observado, sua primeira reação é de estranhamento, de medo. O outro vê naquela tão singular figura, aquele sobre quem pode escrever em sua coluna para o jornal. Mas o que nenhum dos dois sabe, ainda, é que daquele primeiro encontro começa a surgir uma amizade, uma relação tão forte e intensa, em que cada um, perdido em seu mundo, está prestes a se reencontrar, a redefinir seus rumos.
            O jornalista inicia, então, a escrever uma série de textos, e quanto mais escreve, quando mais se envolve, mais se vê como parte integrante da história daquele homem, que fora um promissor músico, que estudou numa das mais respeitáveis escolas de música do mundo, a Juilliard, mas que, no seu segundo ano de curso, por problemas mentais, talvez provocados ou desencadeados por não ter podido suportar a pressão em um mundo tão elitista, em que ele era o único negro de origem mais humilde, acabou tendo que largar os estudos.
            Nathaniel Ayers, ao sair da escola de Juilliard, largou não só os estudos, mas a si mesmo, deixando para trás sua família, amigos, um futuro, uma vida, e passou a viver nas ruas de Los Angeles, sem ninguém, até que encontra (e é encontrado) por Steve Lopez, que o ajuda enquanto é ajudado.
            Muito mais do que um livro sobre amizade e música, este é um livro sobre vida.
            O Solista, a história real do encontro, da amizade entre Steve Lopez e Nathaniel Ayers, além de um livro belíssimo, ganhará uma adaptação para o cinema, dirigido por Joe Wright, mesmo diretor de Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação, tendo como atores principais Jamie Foxx e Robert Downey Jr.


Assista ao treiler do filme clicando aqui

domingo, 13 de dezembro de 2009

Os Espiões - Livro da Semana


Um livro de leitura extremamente agradável.
eu conhecia apenas o lado "cronista" do Luis Fernando Veríssimo, e como estava um tanto quanto cansado de livros longos e densos, necessitando com urgência de algo mais "leve", de uma leitura para entreter, resolvi pegar o novo livro do "Filho do Homem" (o Homem, no caso, é Érico Veríssimo, um dos grandes gênios da literatura brasileira de todos os tempos).
À medida que avançava na leitura de "Os Espiões", mais eu passei a admirar o Veríssimo Filho. O livro é muito bem contato, com sua tradicional "veia humorística", repleto de ironias. O ritmo da leitura é bastante intenso e envolvente e os personagens foram muito bem criados e "caricaturados".
E como se não bastasse tudo isso, o livro ainda possui boas citações e relações com a mitologia grega, tons de "romance policial", com a caracterização da "espionagem" da história, e muitas referências literárias, citadas constantemente pelo personagem principal, que é o narrador do livro.

Os Espiões é uma excelente pedida para quem procura uma leitura leve e agradável, para os que procuram uma boa "leitura entretenimento" com o tradicional toque humorístico de Luís Fernando Veríssimo.



domingo, 6 de dezembro de 2009

O PRIMEIRO DIA DO FIM DO MUNDO: Flamengo, Campeão Brasileiro de 2009


Hoje é o primeiro dia do fim do mundo. O Flamengo foi campeão brasileiro, e isso acarretará danos irreversíveis para o futuro de nosso planeta. Como se não bastasse por si só o fato de termos que aguentar durante anos, décadas e séculos as palavras dos torcedores convencidos e pouco racionais dessa imensa massa rubro-negra, o título de Campeão Brasileiro de 2009 irá acarretar uma série de fatores que culminará com a extinção da raça humana e destruição de nosso planeta em 2012, como foi previsto diversas vezes por diversas civilizações do passado.
            A primeira catástrofe que acontecerá, a partir de amanhã, é que todo aquele mundo de camisas que estavam esquecidas no fundo do baú surgirão, poluindo visualmente o nosso país e o mundo, onde quer que exista um torcedor do Flamengo. Tais camisas, por estarem a tanto tempo “enterradas” no fundo do baú, com forte cheiro de naftalina, acabarão com destruir delicados animais: as abelhas. As abelhas, ameaçadas, não mais existirão em número suficiente para fazerem o trabalho da polinização, e isso contribuirá para, em curto prazo, a extinção de espécimes da flora de determinadas regiões. A médio prazo, animais que se alimentam de determinadas plantas também começarão a desaparecer, levando a um desequilíbrio ecológico. Assim, o Flamengo, em apenas alguns meses, vai conseguir o que toda a humanidade demoraria décadas para conseguir: destruir inúmeras espécies de plantas e animais.
            Como se não bastasse essa extinção em massa da vida vegetal e animal em nosso planeta, toda aquela maré de camisas rubro-negras irá contribuir para a reflexão da luz do sol em nosso planeta. Todas aquelas camisas, com forte tom preto (como todos sabem, a cor preta não reflete bem a luz), irão impedir que a luz do sol, ao bater sobre o nosso planeta, mais precisamente sobre o Brasil, seja refletida; e o vermelho, de tom mais forte, mais quente, irá contribuir para um “efeito estufa” que acontecerá com maior intensidade sobre o nosso país. Isso tudo acarretará num deslocamento do eixo de nosso planeta, e consequentemente a incisão dos raios solares sobre os pólos. O processo de derretimento das calotas polares será acelerado e outras serão formadas onde antes fazia calor.
            O fim do mundo está começando, e isso não é filme de ficção científica ou fruto de previsões pessimistas, feitas há milênios, por uma civilização extinta. Salve-se quem puder!


Um grande clássico da literatura nonsense inglesa, Alice no País das Maravilhas, ganha vida com a adaptação para o cinema pelas mãos de Tim Burton



Alice no País das Maravilhas é a obra mais conhecida do escritor britânico Lewis Carroll e tida como um grande clássico da literatura inglesa. O livro é considerado um dos expoentes, uma das principais obras do gênero literário nonsense.
            O livro conta a história de uma menina chamada Alice, que, espantada ao ver passar pela sua frente um coelho branco falante e tira um relógio do bolso, resolve segui-lo até sua toca. Nela, tem a impressão de que está caindo num buraco sem fundo e acaba por se ver num lugar fantástico, povoado por criaturas peculiares, antropomórficas.
            A obra tornou-se um grande clássico não só na literatura infanto-juvenil, lida e discutida até hoje, mas também, talvez principalmente, entre os adultos, pois ela resgata um gênero literário de fantasia, de criatividade, despertando a imaginação muitas vezes pouco explorada em outros tipos de leitura.
            O livro faz brincadeiras e enigmas lógicos, o que contribuiu para sua popularidade. Carroll também faz alusões a poemas da era vitoriana e a alguns de seus conhecidos, o que torna a obra mais difícil de ser compreendida por leitores contemporâneos. É uma das obras escritas da literatura inglesa que tiveram mais adaptações na história do cinema, TV e teatro.
            Alice No País das Maravilhas pode ser interpretado de várias maneiras. Uma das interpretações diz que a história representa a adolescência, com uma entrada súbita e inesperada (a queda na toca do coelho, iniciando a aventura), além das diversas mudanças de tamanho e a confusão que isso causa em Alice, ao ponto de ela dizer que não sabe mais quem é após tantas transformações (o que se identifica com a psicologia adolescente). Também é possível dizer que a obra faz referências a questões de lógica e à matemática, matéria que Carroll lecionava. Um exemplo é o debate que Alice faz com o Chapeleiro e a Lebre de Março sobre relações inversas.
             Agora o livro ganha uma adaptação para o cinema dirigida por Tim Burton, um dos grandes cineastas de nosso tempo, reconhecido pelo seu estilo ímpar. Onde quer que Tim Burton coloque o dedo, o telespectador vai reconhecer seu estilo, com sombras acentuadas, belas músicas e personagens bizarros, mas cativantes e em Alice no País das Maravilhas o cineasta encontrou inspiração para deixar vazar todo o seu ímpeto criativo, com todos aqueles seres fantásticos, todo aquele ambiente repleto de cores, luzes e sombras.
            No filme, Burton vai misturar captura de movimentos e animação 3D, com bonecos e o stop-motion que fizeram o sucesso de A Noiva Cadáver. O elenco escalado inclui nomes da filmografia de Burton: Johnny Depp (Chapeleiro Maluco), Helena Bonham Carter (Rainha de Copas), e Christopher Lee. Completam o elenco Anne Hathaway (Rainha Branca), Michael Sheen (Coelho Branco) e Mia Wasikowska (Alice).
            Atualmente, o filme encontra-se em processo final de produção e tem sua data de lançamento prevista para 5 de março de 2010, nos Estados Unidos.

Assista o Trailer oficial do filme  clicando aqui