quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Afinal de contas, quem trouxe a Copa para Natal? - artigo


Ainda falta algo em torno de 9 meses para a Copa do Mundo de 2010, mas as pessoas o assunto recorrente em qualquer ambiente que se vá (principalmente nas mesas de bares) é o da Copa do Mundo de 2014, a ser realizada no Brasil, o País do Futebol.
Nada mais justo que esse grande evento esportivo ser realizado na país que é considerado e reconhecido como "a pátria de chuteiras", no país que tem os maiores jogadores, que tem craques espalhados pelos quatro cantos do mundo, jogando nos principais clubes de cada nação. Tal evento, tal festa do esporte mundial será mais do que bem recebida no país, que se não foi o inventor, foi, pelo menos, o responsável pelo aprimoramento, por elevar o futebol ao status de arte, por ser o inventor do espetáculo mágico do futebol.
A Copa do Mundo de 2014 será realizada no País do Futebol, o que representa um grande orgulho, uma grande honra para nós, brasileiros.
As seleções, os jogadores, ficarão encantados com o espetáculo dos torcedores, com a recepção; os turistas, as pessoas que virão assistir aos jogos serão magnificamente bem recebidas por nosso povo, hospitaleiro por natureza.
A honra e o desejo de receber os jogos é tamanho que várias cidades se candidataram e se prepararam para encantar os membros da comissão responsável pela escolha das sedes. Várias cidades importantes se candidataram, mas infelizmente, por motivos diversos, apenas umas poucas foram as escolhidas, e entre elas Natal, a cidade com o ar mais puro das Américas, que foi conhecida por muito tempo como a "cidade do sol", título este que foi usurpado por Fortaleza, mas que deu a volta por cima, e que se não é "a cidade do sol", tornou-se "a noiva do sol".
Mas uma questionamente, pertinente, que se faz, é quem foi, exatamente, o responsável por trazer a Copa do Mundo para Natal?
Muitas são as teorias, e muitos se dizem os responsáveis por esse fato. Por ordem de grandeza e responsabilidade, poderia-se dizer que foi o Presidente da Fifa o responsável, já que ele é o "mandachuva" da entidade, ou poderia-se dizer que foi um dos inspetores que aqui estiveram, ou simplesmente o Presidente da CBF, mas o mais provável, quem tenha sido o responsável maior por isso seja o povo.
No entanto, muitos são os que querem ostentar o rótulo, a grande honra, para ficar na história como o responsável por ter trazido a Copa para a cidade, nesse contexto que surgem mega-empresários, que batem no peito, estufam o peito e dizem, para todo mundo ouvir, que foram eles que trouxeram a copa para cá; surgem, também, os políticos, que, bem-relacionados como são, por conhecerem tal e tal pessoa e por ter usado de sua influencia, conseguiram fazê-los ver que a copa, aqui, seria um bom, não só para o povo da cidade e do estado, como também para toda a nação, quiça do mundo, e estes apertam as mãos de todas as pessoas, abrem a boca com aquele sorrizão, e se dizem os grandes bem-feitores do Estado, da cidade, da nação, pelo seu ato verdadeiramente heroico, de terem trazido a copa do mundo para Natal; e tem até Seu Zé da Feira, que afirma que Natal só foi escolhida para ser uma das sedes da Copa do Mundo por causa dele, por ele ter vendido o peixe (literalmente. ele vendeu o peixe que foi servido no almoço, na ocasião em que as pessoas estiveram aqui!) para os membros responsáveis pela comitê.
No entanto, apesar de muitos serem os responsáveis por isso, na hora de assumir as responsabilidades, poucos são os que aparecem. Prefeitos, vereadores, deputados (estaduais e federais), governadores e senadores, nos próximos anos, de eleições, levantarão a bandeira, pedindo o voto, por estarem realizando obras, preparando a cidade para receber não só as seleções, mas todo um mundo de pessoas que aqui estarão na época dos jogos, quando, na verdade, nada fizeram ou nada pretendem fazer no intuito de preparar a cidade e o povo para receber tão importante evento. Tais políticos, oportunistas, serão cada vez mais frequentes nos próximos anos, e serão muitos os "responsáveis" pelas obras e outros tantos os que surgirão para criticar os primeiros, alegando terem eles os melhores planos de obras para melhor preparar a cidade para sediar a Copa.
Na hora de se colher os louros da vitória, muitos vão ser os que se apresentarão, mas na hora de se trabalhar com seriedade, de apresentar planos concretos, de fazer, poucos assumirão as responsabilidades, portanto, devemos, desde já, começar a pensar em tudo isso, em cobrar, afinal de contas, a Copa do Mundo, ao ser realizada aqui, será um grande orgulho para todos nós, e queremos que tudo saia perfeito, nos mínimos detalhes, nada ficando para a última hora e sendo mal-feito por conta dos milhares de "responsáveis" que aparecerão, pedindo seu voto para "dar continuidade ao trabalho"!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mais um Best-Seller chega aos cinemas - Veronika Decide Morrer, livro de Paulo Coelho, chega às telonas - Artigo


Não é de hoje que obras literárias são adaptadas para o cinema. Algumas adaptações são primorosas, outra nem tanto, já algumas são meras "livre-adaptações", enquanto outras, de, por motivos diversos, são tão ruins que fazem o leitor-expectador se perguntar em como conseguiram "transformar tão bom livro naquilo". E, como se não bastasse isso, sempre há os que leram os livros, que estão mais no cinema por curiosidade, "para saber como ficou", que têm as mais diversas opiniões. Uns dizem que a adaptação "ficou igual ao livro", que os atores foram tão bem escolhidos, que atuaram tão bem que ficou tudo tal como a obra que deu origem ao filme; mas há também os outros, mais críticos, que acham que a adaptação não teve absolutamente nada do livro, que "estragou a obra".
As adaptações para o cinema de obras literária, principalmente para seus leitores, representam assunto seríssimo e sempre sucitarão enormes discussões, pois a linguagem utilizada no cinema é bastante diferente da literária, e as adaptações são, na verdade, uma leitura da obra em questão.
No mundo inteiro, muitas são as produtoras que recorrem aos livros em busca de inspiração para produzirem filmes que sejam tão bem sucedidos em suas bilheterias quanto o foram em vendagem, e nesse contexto que o consagrado escritor Paulo Coelho terá, pela primeira vez, uma de suas obras adaptada para o cinema, Veronika Decide Morrer.
Há anos ouvimos notícias a respeito de filmes, que nunca foram produzidos, de projetos que nunca foram postos em prática, para se adaptar um livro de Paulo Coelho para o cinema. Muito se falou sobre a adaptação de O Alquimista, que nunca se concretizou, e eis que um livro dos mais controversos e menos falados do escritor chega às telonas.
Paulo Coelho não é, nunca foi e nunca será uma unanimidade entre a crítica literarua brasileira, quiça mundial, e suas obras só não são mais vendidas no mundo do que são criticadas por aqui, mas sua importância no meio literário é inegável. Seus livros foram traduzidos para diversas línguas e publicados em todo o mundo e ele é, hoje, o autor brasileiro mais vendido no mundo, e seu livro O Alquimista é um dos livros nacionais mais vendidos em todos os tempos.
O livro Veronika Decide Morrer é, na minha opinião, é o melhor do escritor, por seu cenário marcante, feio, passado, em sua maior parte, dentro dos muros de hospício, com personagens marcantes e conflituosos, sem os tons espirituais e místicos, estilo próprio do autor, que marca sua obra, narra a história de Veronika, uma jovem que, apesar de ter aparentemente tudo aquilo necessário à felicidade, não se sente bem com a sua vida e tenta cometer suicídio tomando uma dose elevada de drogas (calmantes) e se deita em sua cama, à espera da morte, mas, após ser salva no último minuto, é levada para um hospital psiquiátrico onde lhe é dito que, embora não tenha conseguido aquilo que desejava, as drogas que tomou afetaram profundamente seu coração, de forma que ela só terá mais alguns dias de vida. Mas no local onde se encontra, dentro do hospício, ela se redescobre, reencontra um sentido para a sua vida, e passa, desesperadamente, a lutar pela vida que ainda lhe resta.
A obra versa sobre temas polêmicos e mostra, entre outras coisas, a forma como encaramos a vida e a morte, e quando esta, iminente, gera reações tão inesperadas nas pessoas.
Veronika Decide Morrer terá como diretor Emily Young e roteiristas Larry Gross e o próprio escritor, e conta, no elenco, Sarah Michelle Gellar, atuando no papel de Veronika.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Seguidores de uma Fé Cega - artigo


O assunto do momento em todas as rodas de conversa em que se encontram pessoas sensatas e outras nem tanto é a Questão da Igreja Universal. No entanto, esse assunto não é nenhuma novidade, já que há anos a dita Igreja (leia-se "empresa") vem fazendo o que faz, todas as pessoas sabem disso e nada comentam, mas desde que a Rede Globo expos as denúncias e vem atacando, em todos os noticiários, a Rede Record e a Igreja Universal do Reino de Deus, o assunto passou a ser obrigatório.
Não apoio a Globo muito menos a Record, e a questão que venho a discutir neste texto nem é essa, mas sim a questão da Comercialização da Fé, o que é inaceitável em nossos dias, em que as pessoas, tão fragilizadas nesse nosso "Mundo Civilizado", procuram numa igreja um consolo espiritual e encontram, na verdade, um alguém autamente capacitado para lhe extorquir até seu último centavo, prometendo-lhe pagar em dobro tudo que for "doado" no Reino do Céu.
Questões de ordem espirituais são complexas, subjetivas e pessoais, é verdade, mas uma coisa virou é uma regra: quando as pessoas vão a igreja é em busca de algum apoio, quando se sentem mais fragilizadas e estão necessitadas de algo, vem para pedir alguma coisa, e raramente entram num templo religioso simplesmente para agradecer ao seu deus pelo belo dia que Ele fez nascer, pelo sol que brilha no céu ou simplesmente para agradecer porque estão vivas. As pessoas entram, via de regra, numa igreja porque esta é a sua última alternativa, porque não têm mais a quem recorrer, e se encontram fragilizadas e necessitadas de alguma forma de apoio. Ao passarem pelas portas de um templo religioso, as pessoas encontram-se despidas de qualquer espécie de proteção e tudo que querem é encontrar, ali naquele recinto sagrado uma palavra, uma luz que, de alguma forma, ajude-a a iluminar seu caminho. Mas o mais inaceitável, elas encontram lá: pessoas sem um pingo de moral ética, capacitadas, treinadas só e unicamente para alienar, "bitolar" e extorquir pessoas inocentes. E sabe o que é mais impressionante nisso tudo? isso é muito mais comum do que se imagina.
Pessoas frágeis e inseguras são cada vez mais atraídas por falsas promessas de salvação e, no estado em que se encontram, são facilmente conduzidas a manipuladas e tem o que é um dos sentimentos mais puros, belos e humanos "roubado" e "distorcido", que é sua fé. Tais pessoas são levadas a, em sua ingenuidade, não a pedirem a graça desejada, não a rezarem a seu deus e pedir-Lhe o conforto de que tanto necessitam, mas sim a "comprarem" o que almejam, como se a igreja não fosse um local para refúgio espiritual, mas sim uma empresa onde se vai, paga-se pelo que deseja e se alcança a "graça", que "de graça" não tem é nada, já que tudo é pago.
Recentemente, devido a toda essa polêmica envolvendo a Igreja Universal do Reino de Deus, surgiram casos bárbaros que chegam mesmo a chocar, não só a opiniao pública, como uma forma de zombaria, mas a todas as pessoas providas de bom-senso e de um senso humanitário, de respeito às pessoas, à sua fé e crença.
Vieram à tona casos de pessoas que venderam de tudo, influenciadas por pastores, e deram tudo que tinham e o que o que não tinham, inclusive sua dignidade. Mas o mais revoltante desses casos foi do homem que vendeu de tudo, fez de tudo, doou de tudo, mas não recebeu nada, exceto um diploma... assinado pelo próprio Jesus Cristo.
É revoltante a situação a que chegamos, ao grau de zombaria a que essas pessoas, mal intensionadas, inescrupulosas, são capazes de fazer. Mas o pior disso tudo não é isso, ao meu ver, da Igreja em si, mas sim as pessoas, que teimam em não enxergar o que é evidente. Fala-se que é mais fácil um camelo passar por um buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino do céu... se isso está certo, quem seu eu para julgar? mas ouso afirmar que é mais fácil esse mesmo rico entrar no reino do céu do que fazer uma pessoa dessas, um "fanático-religioso-bitolado-seguidor-de-um-pastor-inescrupuloso", enxergar o que é claro.
A fé dessas pessoas, não em Deus, mas na igreja, chega a ser revoltante!
Passei por situação no mínimo inusitada recentemente, quando, no meu trabalho, ao discutir esse assunto com amigos, uma funcionária da empresa, típica fanática, entrou na discussão defendendo não sua fé, que é indiscutível, mas sim a Igreja Universal e seus métodos, assim como os pastores e todas as pessoas envolvidas no escândalo, chegando, mesmo, a comparar o Bispo Edir Macedo, com o próprio Jesus Cristo e com personagens bíblicos, ao afirmar que o individuo estava, na verdade, sendo perseguido.
Longe de ser esta uma discussão somente entre a Rede Globo e a Record, do desvio de milhões (quem sabe até bilhões), dinheiro este que deveria ser destinado a obras de caridade, quiça à compra de graças (!), a questão é si é a da fé das pessoas, que não pode ser metida, que não pode ser comprada, que não deve, nunca, ser manipulada, mas sim respeitada.
Pessoas que seguem uma religião, que possuem uma verdadeira fé, uma fé daqueles genuinas, que move até montanhas, não precisam ir a uma igreja, não precisam comprar uma graça, pois tais pessos têm tudo o que precisam, têm Deus em seus corações!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Para Sempre: 50 cartas de amor de todos os tempos - Livro da Semana


Em "Para Sempre: 50 cartas de amor de todos os tempos", temos um histórico deste que é o mais inconstante, forte e avassalador dos sentimentos: o amor. O livro, que tem o prefácio assinado por Renato Janine Ribeiro e tem como responsável pela seleção, organização e notas Emerson Tin, faz uma verdadeira viagem ao passado na busca pelas correspondências trocadas por amantes da Roma Antiga aos nossos tempos, passando pelas mais diversas culturas, romana, francesa, oriental, brasileira, portuguesa, russa, entre outras.
Algumas das correspondências tratam de assuntos banais, outras são um retrato da expressão mais voraz a que o amor pode tomar.
As cartas de amor apresentadas nesse livro foram escritas por poetas, romancistas, filósofos, músicos e políticos, e embora em sua maioria tenham sido extraídas dos anais históricos e literários do século XVIII e XIX, remonta, também, a períodos do Império Romano, com as cartas de amor de Cícero e de Plínio, O Jovem, e a de grandes nomes da poesias e da literatura mundial do século XX, como Fernando Pessoa e Maiakóvski.
O texto conta com textos simples, corriqueiros, em que tratam de assuntos banais entre os amantes, em contrapartida, conta com verdadeiras obras-primas da máxima expressão romantica, como os textos de Victor Hugo, Fernando Pessoa, Voltaire e da Sra. Shiguenari, esposa de Kimura Shiguenari, samurai do início do período Edo da história do Japão.
Livro belo e delicado, simples e tocante sobre uma que é a das mais antigas formas de comunicação: as cartas; expressando o mais nobre dos sentimentos: o amor.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

lançamento do livro "Crônicas Sensoriais"


Aconteceu na noite da última terça-feira, 11 de Agosto, na Livraria Siciliano do Midway Mall, o lançamento do livro "Crônicas Sensoriais", do escritor, cronista, contista e poeta potiguar, Francisco Alves Martins Neto.
Na ocasião, além de parentes e amigos, estiveram presentes diversos escritores e admiradores da obra do autor, admiração esta não apenas pela sua vasta obra, mas também pelos diversos projetos que Francisco Alves Martins Neto desenvolve e se dedica.
Francisco Alves Martins Neto, além de escritor de sensibilidade rara, é um ser humano notável, e tem se engajado em diversos projetos socio-culturais, entre eles o "Momento do Livro nas Escolas", no qual faz visitações à escolas levando cultura e literatura aos alunos. Nas visitações, Francisco Martins apresenta seu personagem "Mané Berradeiro" e faz apresentações de autores e livros da literatura mundial, nacional e regional.
O livro "Crônicas Sensoriais", terceiro publicado do autor (escreveu "Contos da Nossa Terra", em 2004, e "Degustando Poesia", em 2006), trata-se de um livro de crônicas e lembranças de rara sensibilidade, sutis e delicadas, nas quais o autor nos convida a cenários de sua infância (principalmente), vivida em sua maior parte no interior da cidade de Ceará Mirim, na Fazenda Santa Maria. Fala com doçura de seus familiares, de sua infância, de seus amigos e de causos que vivenciou.

domingo, 9 de agosto de 2009

A Recompensa - dia dos pais

Após uma longa e estafante semana, o homem não via a hora de poder sair do trabalho e ir para casa e aproveitar seu final de semana. Era sexta-feira, e como último dia do mês, naquele dia havia trabalhado mais do que o normal. A cada cinco minutos olhava para o relógio, para ver se já estava perto de dar a hora que poderia ir embora. Mas as horas, como sempre acontece em situações como essas, pareciam se arrastar. O relógio parecia estar parado.
E eis que, finalmente, o relógio deu seis horas. Apressado, o homem jogou todos os seus pertences dentro da bolsa e saiu às pressas do escritório. Tudo que mais queria naquele momento era poder tomar um bom banho e dormir. Essa era a recompensa que ele julgava merecer após uma semana inteira de trabalho.
Mas todas as pessoas, saindo do trabalho no mesmo horário, pareciam desejar a mesma coisa, e por isso os engarrafamentos eram inevitáveis. O homem ficou mais de uma hora preso a um, e chegou a casa mais tarde do que o habitual, mais cansado e estressado do que havia saído do trabalho.
Demorou uma eternidade para o elevador chegar, a mais ainda para ele abrir as porta no seu andar, pois estava lotado e parava a cada andar para descer ou subir alguém.
Colocou a chave na fechadura, abriu a porta de seu apartamento e entrou. Viu que sua esposa o esperava sentada no sofá, tendo sua filha no colo. Ele estava tão cansado que mal olhou pra elas, apesar de sua filha, antes mesmo dele se aproximar, já dar os braços. Era um bebê lindo, de aproximadamente oito meses. Balançava tão freneticamente os braços, demonstrando toda a felicidade ao ver o pai, que o homem não pôde deixar de sorrir. Mas era um sorriso cansado.
O homem se aproximou da filha, a beijou, e tocou o alto da cabeça de sua filha, sem segura-la nos braços. Já havia dado as costas, se dirigindo para seu quarto quando ouviu uma voz às suas costas. Era uma voz que nunca tinha ouvido antes, com palavras impressivas, de quem ainda não tem segurança em falar.
- Papa – disse sua filha. Ela, que nunca tinha falado, o chamava.
O homem imediatamente se virou e olhou para a filha, que sorria e tornou a chamá-lo.
- Papa – falou novamente, sorrindo e lhe dando os braços. Até sua esposa havia se impressionado. A menina jamais havia falado uma única palavra, e eis que agora ela chamava o pai.
O homem dessa vez sorrindo se aproximou da filha e a segurou. Com isso, todo o cansado acumulado que tinha parecia ter desaparecido. Levou a filha para o quarto para brincar com ela, esquecendo-se completamente do cansaço que sentia há cinco minutos e de todos os problemas que tivera ao longo daquela semana.

sábado, 8 de agosto de 2009

O Maníaco do Circo - Livro da Semana


Tive o grande prazer, o imenso privilégio de ser um dos primeiros a ler o novo livro do escritor Leonardo Barros, O Maníaco do Circo. O jovem autor, consagrado pelo sucesso de crítica e público de O Amor de Yoni, apresenta, em seu novo livro, um maior amadurecimento, tanto no tocante à criação dos personagens quanto ao roteiro e desenrolar da história.
Em O Maníaco do Circo o leitor é convidado a entrar numa trama recheada de bons e marcantes personagens, numa trama repleta de mistérios e medos e com fortes toques de misticismo por parte de Renato, um dos protagonistas da história, sendo ele uma espécie de guerreiro, escolhido, predestinado a livrar o mundo de demônios, encarnados nos corpos de belas mulheres e de palhaços, que ele os atrai habilmente para executa-los. Um a um, Renato executa os "demônios" que encontra pelo caminho. Ao executar tais "demônios", ele executa, também, um pouco de seus medos, adquiridos quando era uma criança pobre, solitária, que tinha uma mãe com diversos tipos de problemas e dificuldades, e que tinha medo de escuro e de palhaços.
No entanto, Renato tem muito mais inimigos do que seus próprios medos de infância e os "demônios" a que tem que eliminar, pois devido à suas atividades ilícitas com a distribuição e venda de drogas (ecstasy) acaba atraindo a ira de um policial, Valdo (que teve uma aparição no romance anterior, O Amor de Yoni), que, desconfiado das atividades de Renato, resolve, a todo custo, desmascara-lo e coloca-lo atrás das grades. E quando Renato, em sua missão, acaba matando Natália, noiva de Valdo, descobre que a caçada empreendida pelo policial pode ser muito mais ameaçadora e implacável do que ele pode imaginar...

Envolvente, bem escrito e contagiante, a leitura de O Maníaco do Circo prende o leitor desde as primeiras páginas.

O Maníaco do Circo Será lançado oficialmente na ocasião da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no dia 19 de Setembro, no estande da Editora All Print, às 16 horas, numa tarde de autógrafos com a presença do autor. alguns dias depois, no dia 15 de Outubro, será a vez de Natal contar com a presença do escritor para uma noite de autógrafo, na Livraria Siciliano do Midway Mall, às 19 horas.

Maiores informações em www.leonardobarros.com.br

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O Menino Sorriso e a Bicicleta Liberdade - lançamento de livro


Neste sábado, dia 08 de agosto, as 17h, na praça de eventos do Natal shopping no Festival literário da Siciliano acontecerá o lançamento do terceiro livro de Flor Atirupa. O MENINO SORRISO E A BICICLETA LIBERDADE pela editora Flor do Sal.



O Sorriso e seu avó vivem uma grande amizade e juntos celebrarão os brinquedos da cultura popular, o lúdico, e principalmente, a realização de sonhos. A bicicleta ganho do avô possibilita o menino Sorriso acreditar no seu maior sonho: Conhecer o mundo inteiro. Venha conhecer esta estória e toda a turma do menino Sorriso.

domingo, 2 de agosto de 2009

Uniformização da Língua Portuguesa - artigo


Eu sei que algumas coisas que eu falo podem soar “do contra”, que minha opinião parece ser sempre a contrária da maioria das pessoas. Mas se isso soa, se isso parece ser assim, quero deixar claro que não é de propósito. Nunca quis ser “do contra”, nunca tive ideias de revolução, de mudar o mundo munido apenas com as minhas palavras e minha opinião “radical”. Também quero deixar claro que quando expresso mina opinião, embora às vezes um tanto quanto tardia, é pelo simples motivo de que antes de falar, eu penso muito, chego, por vezes, a fazer verdadeiros estudos acerca do tema em questão, e, além do mais, eu espero o “polêmico tema” esfriar um pouco. Espero que ninguém mais toque nele, como se tivesse sido simplesmente esquecido. E quando isso acontece é que eu, finalmente, expresso a minha opinião, pensada, estudada, com o objetivo de retomar o tema “esquecido”, mas que é tão importante.
Aconteceu isso com a política de cotas nas universidades. Quando ninguém mais tocava no assunto, quando ele parecia esquecido, foi que resolvi abrir a boca e dizer o que penso sobre o assunto. E agora estou eu, aqui, para emitir minha opinião acerca do tão controverso “acordo ortográfico da língua portuguesa”.
É de conhecimento público e mundial que nós, brasileiros, fomos os primeiros e, até agora, únicos entre todos os países de língua portuguesa a adotarem o Acordo Ortográfico. E então eu pergunto o motivo disso. Se é por mero exibicionismo (algo do tipo: fomos os primeiros em alguma coisa!) ou se os motivos são mais complexos e não tão simples de serem resolvidos com um mero acordo, como se chegassem os representantes de cada país e se reunissem, apertassem as mãos uns dos outros, assinassem um documento e o firmassem, dizendo que a partir de tal dia, todos, nos quatro cantos do mundo, que falassem português, o fizessem da mesma maneira.
Não sou de acordo com tal acordo, primeiro porque a língua é mutável, e não se faz necessários tais artifícios, como a formalização de um acordo, para que aconteça tal mudança. Quando se faz necessário, muda-se de forma natural, como aconteceu tantas e inúmeras vezes com a grafia e o uso de determinadas palavras, com determinados acentos em determinadas ocasiões. E isso é claro quando vemos a questão do trema, aquele acento que ninguém se lembrava de usar, que ninguém nem sabia qual a sua verdadeira serventia. Esse é um exemplo clássico da mudança e evolução da língua. O trema, com o sem acordo, acabaria sumindo de forma natural, sem a necessidade de nenhuma “influência externa”. Outro exemplo é do próprio acento circunflexo de determinadas palavras. No entanto, no caso do hífen acontece o contrário, mostrando a verdadeira forma como nos foi imposto tal acordo. Não havia qualquer indício natural da mudança, no uso de determinadas palavras em que se faz necessário a utilização do hífen.
Mas o que mais me irrita, por assim dizer, nisso tudo, é a questão da “uniformização” da língua portuguesa em todo o mundo. É, sem dúvida, uma iniciativa inovadora e, até certo ponto, interessante. No entanto, se isso acontecer, acho um completo despropósito e desrespeito para com os povos e suas influências, pois toda língua recebe influências externas, incorpora palavras, dependendo dos contatos que se faz. As influência que Portugal recebeu (e recebe) são completamente diferente das nossas, das de Angola, de Timor Leste, e aí por diante. Nós, brasileiros, somos um povo muito miscigenado, e nossa língua, aqui, recebeu influências diversas que os portugueses não receberam. Temos influências dos dialetos indígenas, africanos, europeus (não só portugueses. Olhe e respeite a forma de falar das pessoas que vivem na região mais ao sul do país), orientais, árabes, entre outros. As influências portuguesas, pode ter certeza, são completamente diferentes das nossas. Os contatos que os portugueses recebem são outros, as palavras que a língua lá incorpora são outras.
E a formalização de tal acordo, a uniformização da língua portuguesa põe, ao meu ver, isso a perder, não respeitando a cultura dos povos e seu passado histórico.
A uniformização da língua portuguesa entre os países que utilizam o português como seu idioma oficial é um despropósito.
Os acentos, as palavras, vão sumir, vão surgir novas, mas isso de forma natural, gradual, e não através de um acordo. O português que se fala aqui é semelhante ao português que se fala em Portugal e em Angola, tanto que você nunca viu, e nunca verá, um alguém do Ceará, Paraíba, Pernambuco ou Rio Grande do Norte falar algo como um “Ora, pois”, nem um português falar “Osh, bixinho”, muito menos um angolano falar “ô trem baum, uai”.
Pensando melhor, pode mudar, parcialmente, o que disso lá no começo desse artigo, quando disse não ser “do contra”, pois posso dizer que, se não o sou totalmente, sou pelo menos parcialmente, na medida do aceitável e do sensato.