quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Seguidores de uma Fé Cega - artigo


O assunto do momento em todas as rodas de conversa em que se encontram pessoas sensatas e outras nem tanto é a Questão da Igreja Universal. No entanto, esse assunto não é nenhuma novidade, já que há anos a dita Igreja (leia-se "empresa") vem fazendo o que faz, todas as pessoas sabem disso e nada comentam, mas desde que a Rede Globo expos as denúncias e vem atacando, em todos os noticiários, a Rede Record e a Igreja Universal do Reino de Deus, o assunto passou a ser obrigatório.
Não apoio a Globo muito menos a Record, e a questão que venho a discutir neste texto nem é essa, mas sim a questão da Comercialização da Fé, o que é inaceitável em nossos dias, em que as pessoas, tão fragilizadas nesse nosso "Mundo Civilizado", procuram numa igreja um consolo espiritual e encontram, na verdade, um alguém autamente capacitado para lhe extorquir até seu último centavo, prometendo-lhe pagar em dobro tudo que for "doado" no Reino do Céu.
Questões de ordem espirituais são complexas, subjetivas e pessoais, é verdade, mas uma coisa virou é uma regra: quando as pessoas vão a igreja é em busca de algum apoio, quando se sentem mais fragilizadas e estão necessitadas de algo, vem para pedir alguma coisa, e raramente entram num templo religioso simplesmente para agradecer ao seu deus pelo belo dia que Ele fez nascer, pelo sol que brilha no céu ou simplesmente para agradecer porque estão vivas. As pessoas entram, via de regra, numa igreja porque esta é a sua última alternativa, porque não têm mais a quem recorrer, e se encontram fragilizadas e necessitadas de alguma forma de apoio. Ao passarem pelas portas de um templo religioso, as pessoas encontram-se despidas de qualquer espécie de proteção e tudo que querem é encontrar, ali naquele recinto sagrado uma palavra, uma luz que, de alguma forma, ajude-a a iluminar seu caminho. Mas o mais inaceitável, elas encontram lá: pessoas sem um pingo de moral ética, capacitadas, treinadas só e unicamente para alienar, "bitolar" e extorquir pessoas inocentes. E sabe o que é mais impressionante nisso tudo? isso é muito mais comum do que se imagina.
Pessoas frágeis e inseguras são cada vez mais atraídas por falsas promessas de salvação e, no estado em que se encontram, são facilmente conduzidas a manipuladas e tem o que é um dos sentimentos mais puros, belos e humanos "roubado" e "distorcido", que é sua fé. Tais pessoas são levadas a, em sua ingenuidade, não a pedirem a graça desejada, não a rezarem a seu deus e pedir-Lhe o conforto de que tanto necessitam, mas sim a "comprarem" o que almejam, como se a igreja não fosse um local para refúgio espiritual, mas sim uma empresa onde se vai, paga-se pelo que deseja e se alcança a "graça", que "de graça" não tem é nada, já que tudo é pago.
Recentemente, devido a toda essa polêmica envolvendo a Igreja Universal do Reino de Deus, surgiram casos bárbaros que chegam mesmo a chocar, não só a opiniao pública, como uma forma de zombaria, mas a todas as pessoas providas de bom-senso e de um senso humanitário, de respeito às pessoas, à sua fé e crença.
Vieram à tona casos de pessoas que venderam de tudo, influenciadas por pastores, e deram tudo que tinham e o que o que não tinham, inclusive sua dignidade. Mas o mais revoltante desses casos foi do homem que vendeu de tudo, fez de tudo, doou de tudo, mas não recebeu nada, exceto um diploma... assinado pelo próprio Jesus Cristo.
É revoltante a situação a que chegamos, ao grau de zombaria a que essas pessoas, mal intensionadas, inescrupulosas, são capazes de fazer. Mas o pior disso tudo não é isso, ao meu ver, da Igreja em si, mas sim as pessoas, que teimam em não enxergar o que é evidente. Fala-se que é mais fácil um camelo passar por um buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino do céu... se isso está certo, quem seu eu para julgar? mas ouso afirmar que é mais fácil esse mesmo rico entrar no reino do céu do que fazer uma pessoa dessas, um "fanático-religioso-bitolado-seguidor-de-um-pastor-inescrupuloso", enxergar o que é claro.
A fé dessas pessoas, não em Deus, mas na igreja, chega a ser revoltante!
Passei por situação no mínimo inusitada recentemente, quando, no meu trabalho, ao discutir esse assunto com amigos, uma funcionária da empresa, típica fanática, entrou na discussão defendendo não sua fé, que é indiscutível, mas sim a Igreja Universal e seus métodos, assim como os pastores e todas as pessoas envolvidas no escândalo, chegando, mesmo, a comparar o Bispo Edir Macedo, com o próprio Jesus Cristo e com personagens bíblicos, ao afirmar que o individuo estava, na verdade, sendo perseguido.
Longe de ser esta uma discussão somente entre a Rede Globo e a Record, do desvio de milhões (quem sabe até bilhões), dinheiro este que deveria ser destinado a obras de caridade, quiça à compra de graças (!), a questão é si é a da fé das pessoas, que não pode ser metida, que não pode ser comprada, que não deve, nunca, ser manipulada, mas sim respeitada.
Pessoas que seguem uma religião, que possuem uma verdadeira fé, uma fé daqueles genuinas, que move até montanhas, não precisam ir a uma igreja, não precisam comprar uma graça, pois tais pessos têm tudo o que precisam, têm Deus em seus corações!

3 comentários:

  1. É meu amigo Lima, as pessoas gostam de pão e circo e agora também de LADRÃO. Neste trinômio, bem diferente da TRINDADE algumas igrejas se apoiam e em nome de Deus assaltam a consciência dos cristãos.
    Mas um dia a VERDADE prevalecerá!

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  2. Querido amigo, sou obrigado a discordar de você em certos pontos, claro q muitas igrejas abusam do dinheiro arrecadado, mas nem todas são assim, não se pode generalizar, principalmente sem se conhecer o assunto por completo, o dízimo é biblico e não uma invenção de determinada religião, sou mórmon, pago dizimo, ja fui bispo da igreja e hoje sei que meu atual lider, trabalha como eu, tem os mesmos problemas que eu e paga o dizimo como eu.
    Abraços

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  3. a fé é uma coisa belíssima, um dos sentimentos mais intensos e humanos, no entanto, o que não concordo, é a forma como essa fé é manipulada e a forma como pessaos (inescrupulosas) utilizam de seu poder de persuasão para usarem da "boa fé" desses fieis e tornam algo tão genuino, puramente banal.
    a minha crítica, neste artigo, não é a fé nem a igreja em si, pois, como você disse, Sutto, é uma prática comum e, ao meu ver, justa e bonita, por parte dos que doam de todo coração aquilo para fazer um bem ao próximo, no entanto, o que é questionável, o que é inadmissível, é a destinação que determinadas igrejas fazem desse dinheiro doado pelos fieis, e a forma como essa doação é colocada.

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