sábado, 1 de janeiro de 2011

Primeiro dia do ano, dia de fazer planos

Primeiro dia do ano é 1 de janeiro, certo? Bem, nem tanto. O primeiro dia do ano, pra valer, é dia 2. Dia 1 é, segundo o calendário, Dia da Confraternização Universal, e o que significa isso? Eu não faço ideia! O fato é que o dia 1 de janeiro é Dia da Folga Universal, e para se ter uma ideia precisa do que significa isso, basta ver que até os shoppings centers e os supermercados estão fechados! (só uma data como essa é capaz de fechar tais estabelecimentos). O dia 1, além de ser feriado, uma espécie de Dia Universal da Preguiça, já que vai estar todo mundo cansado, de ressaca, depois de ter bebido todas na noite de Reveillon. Até as praias, muitas vezes tão cheias em dias de feriado, estão quase vazias, pois ninguém se arrisca a sair de casa em dia tão repleto de preguiça como é o dia 1 de janeiro. Além disso tudo, dia 1 de janeiro é destinado a se fazer os famosos “planos para o ano novo”, algo que virou tradição de todos: homens e mulheres, brancos e negros, ricos e pobres, de todos os cantos. E nesse contexto, de tantos planos, promessas e coisas afins, é que surgem as histórias mais mirabolantes, os planos infalíveis para 2011, iguais aos Planos Infalíveis de Cebolinha.
            Dia 1 de janeiro é dia de fazer os planos para o ano que está começando, e todo mundo faz o seu. Tem, lógico, sempre, os tradicionais. As mulheres sempre fazem planos de perder uns quilinhos que julgam estar “acima do tolerável”, embora todos digam que estão ótimas, e entram naquelas dietas miraculosas-mirabolantes, embora, na primeira oportunidade, toda a dieta, todo o plano para um ano inteiro, vai por água abaixo (ou melhor dizendo, por goela abaixo) – não há dieta e força de vontade no mundo que resista a um bom chocolate ou, num dia de verão, à tarde, àquela almoço com carne-de-sol desfiada, batata frita, macaxeira, tudo isso com muita manteiga da terra (chega fiquei com água na boca agora!). Tem sempre aquele homem mais chegado a uma farra, a muita bebida e a um “rabo de saia” que promete que vai tomar um rumo na vida, que nesse novo ano vai “tomar um jeito” e “entrar no eixo”, embora no primeiro final de semana do verão, quando seu telefone tocar, com um amigo lhe chamando para uma festa, não vai pensar duas vezes: vai vestir a primeira camisa amassada que encontrar pela frente e vai se danar pro meio do mundo. Tem o tradicional estudante que passou “se arrastando” no ano anterior, e que promete que nesse novo ano vai ser tudo diferente, que vai passar por média no terceiro bimestre, mas quando ver o conteúdo programático de química, física, matemática e história, vai ter a certeza que precisará, mais uma vez, passar pelo “conselho de classe” para conseguir passar de ano. Tem aquele que promete passar num concurso público. Há aquele que faz planos de entrar na academia ou de pelo menos acordar todo dia às 5 da manhã para caminhar, mas que não será capaz de acordar cedo nem no primeiro dia. E tem sempre aquele que faz planos de ganhar na Mega-Sena, e ele está tão convencido de que vai realmente ganhar que começa a gastar o dinheiro que ainda nem tem!
            O fato é que dia 1 de janeiro é dedicado quase que exclusivamente para se fazer planos, e todo mundo tem que fazer os seus, e comigo não podia ser diferente. Não sou de fazer nenhum plano mirabolante e impossível, que vou desistir na primeira semana do ano. Talvez a única coisa difícil realmente que eu desejo fazer esse ano de 2011 (coisa que venho tentando realizar desde 2008, diga-se de passagem) é a leitura de Ulysses, de James Joyce. Houve um ano em que eu até tentei, mas desisti antes de chegar a página 20! Mas nesse ano, quando eu tirar férias (em junho), prometo, para mim mesmo, e torno aqui pública essa promessa, a de tentar a leitura desse tão complexo, complicado, difícil, etc, etc e etc livro. Também costumo traçar metas de produção textual. Prometo escrever pelo menos um texto por semana, nem que seja uma crônica para publicar neste blog, e também terminar alguns dos romances que iniciei no ano passado (o ano terminou ontem e já estou falando como se tivesse terminado há meses...). Também tenho como meta para 2011 publicar um livro ainda no primeiro semestre, meu quarto livro, e este plano já está, pouco a pouco, tomando sua cara, já que alguns dos textos (se trata de um livro com uma novela e cinco contos) já estão finalizados e selecionados para o livro. Enfim, meus planos, como sempre, são modestos (com a exceção, talvez, da leitura de Ulysses).
            E os seus planos, amigo leitor, que acompanha este blog, quais são?

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