terça-feira, 11 de janeiro de 2011

nós e nossas manias

Todo mundo tem sua mania. Não importa se se seja rico, pobre, branco, negro, loiro, asiático, homem, mulher, jovem, adolescente, adulto ou idoso, o importante é que se tenha uma mania. E é impressionante como estas se tornam uma verdadeira marca, algo por que vamos ser lembrados durante toda a nossa vida.


Existem manias de tudo que é tipo, de coisas comuns até chegando a ser verdadeiramente exóticas. Na escola, por exemplo, quem nunca teve um amigo que tinha mania de ficar desenhando no caderno justamente na hora da aula de matemática? Quem nunca teve aquele amigo com mania de pedir emprestada a sua caneta, justamente por que tinha mania de esquecer a sua em casa? Quem nunca teve um amigo com mania de querer engolir chiclete e sempre acabar se engasgando? Quem nunca teve um amigo que tinha mania de pedir para ir ao banheiro justamente no início da aula de história?

No início da adolescência tinha sempre um com mania de contar vantagem em tudo ou aquele com mania de querer apostar tudo, tinha aquele outro com mania de ficar se coçando na frente de todos, de roer unha ou simplesmente de viver com o dedo no nariz, ou ainda o que sempre chegava no meio da conversa e, para não se mostrar não inteirado com o assunto, tinha que fazer um comentário que não tinha nada a ver com o que estava sendo falado e que acabava com todo o tesão da conversa. Também havia aquele que, mesmo sendo o mais jovem, era o metido a escroto da turma e parecia ser o único capaz de chegar perto das meninas e fazia com que todo o resto da turma ficasse com mania de morrer de inveja dele, só por que tinha mania de ter coragem de se aproximar delas, seres tão desejados e ao mesmo tempo tão estranhos para nós, na época, simples meninos.

Sempre há aquele com mania de dizer que tinha tido os sonhos mais mirabolantes, com aquelas apresentadoras de programas infantis desejadas por 11 a cada 10 adolescentes, mas que, na verdade, não tinha sonhado com nada. Tinha aquele com mania de, sempre que passava uma menina na rua, justamente quando a turma estava toda reunida, dirigir uma cantada sem graça a ela, mas das quais todos ríamos a valer. Havia aquele que sempre chegava na manhã seguinte a uma festa e nos contava de todas as suas conquistas, quantas tinha beijado, e etc. e tal, mas que, na verdade, tinha ficado a festa inteira sentado num canto e o mais próximo que tinha chegado de uma conquista tinha sido trocar dois beijos no rosto de uma amiga do colégio, que por um acaso tinha encontrado no início da festa. Havia sempre aquele que era o mais feio da turma, mas que tinha mania de dar em cima das meninas mais bonitas do colégio e que sempre acabava se dando mal e ficava semanas sem aparecer, com a vergonha do fora que havia levado.

Existe aquele com mania de ficar tirando onda com tudo e com todos, desde a camisa que está usando até o time de futebol por que torce, tem aquele com mania de ser o mais barulhento da turma, mas há também o que é uma verdadeira figura cativa entre todos os círculos de amizade: aquele com mania de ficar calado, no canto, não importando qual o assunto esteja sendo conversado e de ser sempre o último a rir de uma piada. Ele quase não abre a boca e é o único da turma com mania de leitura, de andar sempre com um livro debaixo do braço, de ler em ônibus e ser o único a, na escola, tirar notas boas na disciplina que para muitos é a mais chata e mais inútil de todas: literatura!

Tem aquele que, mesmo já adulto, vive com a mania de relembrar os desenhos animados de sua infância, dos filmes que assistiu e até de cantar as músicas mais toscas já compostas e que, por isso mesmo, foram as mais tocadas em todas as rádios e programas de televisão da época. Tem aquele com mania de trabalho, que não sabe sair com a turma para tomar uma cerveja e não pensar e falar em outra coisa que não seja em trabalho. Há aquele que tem a péssima mania de viver dando desculpas para não comparecer às reuniões dos amigos da faculdade. Há o com a mania de sempre querer assistir ao pior filme que está em cartaz quando a turma se reúne para ir ao cinema e que, quando acaba o filme, sempre tem aquela frase pronta na ponta da língua: realmente, deveríamos ter assistido aquele outro filme, pois esse foi horrível! Existe aquele chato com mania de só falar tocando em você e que quando, por um motivo qualquer, você vira o rosto, ele tem que lhe cutucar para você voltar a prestar atenção só e unicamente nele.

Além de tudo isso, tem aquele que diz não ter mania nenhuma, que fica só observando toda a turma, que repara em cada mania de cada um, que tem a irritante mania de ficar repetindo aquele frase: cada louco com sua mania!

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