sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Fim de Ano é tudo igual, todo mundo tem que fazer o seu balanço

Definitivamente, não tem como escapar. Todo fim de ano é igual para todo mundo. Quando se chega ao dia 31 de dezembro, quer chova, quer faça sol, que se vá passar a “virada de ano” em uma praia, numa festa com a família, sair com os amigos ou simplesmente ficar em casa, todo mundo olha pra trás, vê tudo o que se passou de bom e de ruim em 2010, faz o seu “balanço”, faz a sua “retrospectiva 2010”. Eu, como todo mundo, não posso fugir dessa “lei geral da natureza humana”, e também fiz o meu balanço de 2010, muito positivo por sinal.
            Não tenho do que reclamar de meu 2010. Foi um ano muito bom em todos os aspectos, na leitura e produção textual principalmente. No tocante à leitura, esse ano que acaba talvez não tenha sido o meu melhor ano de leitura, não, pois li “apenas” 49 livros e houve apenas 1 abandono. Dos 49, dois foram releituras, mas que releituras, amigo... iniciei o ano relendo Dom Quixote e já perto do fim do ano, reli Memórias Póstumas de Brás Cubas. A releitura, inclusive, faz parte de minha “tradição”, que institui não sei quando nem sei por quê. O fato é que procuro reler pelo menos dois grandes livros por ano, e, se possível, iniciar o ano “com o pé direito”, relendo algum grande clássico. Foi assim nesse ano, quando reli Dom Quixote, foi assim ano de 2008, quando reli Anna Kariênina, foi assim em 2007, quando reli Guerra e Paz, e já tem sido assim há alguns anos; 2009 foi um ano que abri uma exceção, em que iniciei o ano lendo O Conde de Monte Cristo. O fato é que, para mim, é muito importante iniciar bem e terminar bem o ano, e estou “num aperreio só” (falando no mais genuíno “nordestinês”) pelo simples fato de que não sei com que livro irei começar o meu 2011. Bem, mas isso fica para depois. Amanhã é um novo ano, e deixarei para me preocupar com isso assim que abrir meus olhos e entrar na minha “biblioteca” no primeiro dia do ano.
            Ao longo de 2010 tive grandes e gratas surpresas, deliciei-me com a leitura de belíssimos livros, desde o primeiro dia do ano. Li Tchekhov no início do ano (ficava entre Dom Quixote e os contos de Tchekhov durante todo o mês de janeiro – que mês!), deixei aparecer meu lado “tiete” quando li o livro do Humberto Gessinger (tanto que até coloquei uma postagem sobre ele na época, descobri, finalmente, o sabor que é a leitura de Isabel Allende, apaixonei-me com a prosa-poética de Mia Couto, surpreendi-me com O Palácio de Inverno, de John Boyne, O Hotel na Esquina do Tempo, de Jamie Ford, e O Pacto, de Jodi Picoult, que concorrem ao posto de “livro Best-Seller do ano” (eleição que faço todo dia 31 de dezembro). Mas 2010 vai ficar marcado como o ano em que li Uma Esposa Confiável, um dos melhores livros de literatura contemporânea que li nos últimos anos (que livro! Estou com ele ecoando em minha cabeça até agora). Li o autor que seja um dos melhores de língua inglesa na atualidade, eterno cotado a Nobel de literatura, Philip Roth, seu novo livro, A Humilhação, viagem aos tempos do Japão Feudal na leitura de Xógum, segui as pistas, mas acabei não descobrindo quem estava por trás de todos aqueles crimes nos romances policiais que li (na verdade, nunca fui bom em desvendar os casos dos livros policiais que leio). Li John Steinbeck e J. D.Salinger, li Monteiro Lobato, Luis Fernando Veríssimo, mas um ano, para mim, jamais vai estar completo sem a leitura de literatura russa: li (fascinei-me, na verdade) Nikolai Leskov e, mais uma vez, fui atingido por um raio chamado Tolstoi. Nesse ano, li Khadji-Murat e o magnífico Ressurreição. Também li Dostoievski, o Noites Brancas, autor que há tempos eu não li (prometo que em 2011 vou ler mais coisas desse gênio da literatura mundial) e Turguêniev. Tive algumas decepções, lógico (atire a primeira pedras quem nunca se decepcionou com a leitura de um livro...), como o Um Pombo e Um Menino e o próprio e tão elogiado Arrebentação, e até mesmo o Nobel de 2010 , Mario Vargas Llose me decepcionou, com o Os Chefes / Os Filhotes.
            O que importa, trocando em miúdos, é que 2010 foi um ano muito bom para as minhas leituras, e se não li mais, foi por pura falta de tempo e oportunidade (e também por conta de minha “greve de leitura”, que tive que me impor para poder estudar!).
            Em 2010 lancei dois livros, em abril, o meu primeiro romance, Espelho Quebrado, e, antes de fechar o ano, o meu primeiro livro de crônicas, uma seleção dos melhores textos deste blog, o Elegia à Saudade & outras histórias do Lugar das Palavras, além de ter lançado a segunda edição de meu primeiro livro, Uma História em Cinco Vozes. E em 2010 também, referente à meus livros, recebi a notícia de que tanto o primeiro quanto o último serão usados como material paradidático em uma grande escola da cidade. Além disso tudo, escrevi muitos contos, novelas, iniciei uns 2 romances, e comecei, já, a preparar o próximo livro, a ser lançado no primeiro semestre de 2011.
            No blog, foi tudo uma maravilha. O número de seguidores/ leitores que acompanham meus textos semanais tem crescido significativamente, isso sem contar os que leem o blog com frequencia, mas que não estão na lista dos “seguidores”. Comecei o ano ainda muito tímido, só escrevendo um texto aqui, outro ali, geralmente um texto fazendo um comentário sobre um livro, mas pouco a pouco descobri o meu “lado cronista”, e desde então o blog tomou uma outra cara. Continuo, sim, óbvio, falando muito de livros, mas estou dando cada vez mais sendo mais eu, escrevendo textos próprios, falando de temas comuns a todos nós, como Preguiça, Sabor das Palavras, Infância, Lembranças, Chocolate, Festas, Carnaval, Confraternização de Fim de Ano, etc, etc e etc.
            Mudei a aparência do blog umas 10 vezes até chegar a essa que se encontra hoje, fiz inúmeras parcerias, com blogs e sites especializados, realizando promoções e sorteios (de meus livros), dei muitas entrevistas para esses blogs e sites, além de jornais impressos. Fiquei a frente de um concurso cultural (o I Concurso Sol de Literatura Potiguar) e, principalmente, trabalhei, e muito, a ponto de ter chegado ao meu limite e estar praticamente rezando para que 2010 termine logo, para poder começar em seguida mais um ano, passar por tudo de novo, e, no final, fazer mais um balanço, ver tudo que aconteceu de positivo e negativo em mais um ano.
            Foi 2010, torno a dizer, um ano muito bom, e chego a esse último dia do ano com a sensação de dever cumprido, e com o desejo de que 2011, que começa já amanhã, seja ainda melhor, com mais e mais realizações, descobertas e leituras.
            Desejo a todos os que participam deste blog, acompanhando as postagens, um 2011 repleto de tudo o que desejarem. Desejem, sonhem, busquem, realizem, são os meus desejos para este ano que está prestes a “nascer”.

Natal, 31 de Dezembro de 2010,
Lima Neto

Um comentário:

  1. meu ano, no tocante à leitura, não teve apenas um bom início, não. o fim de ano me guardou uma grata surpresa, com o livro "A Resposta". livro belíssimo, tocante, bem escrito, envolvente, etc, etc e etc.

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