Eu
nunca fui muito de ler biografias, por motivos diversos. Achava, muitas vezes,
a estrutura do texto pouco atrativa, para mim, que sou um leitor basicamente de
ficções, romances, contos e novelas. No entanto, nos últimos anos tenho lido
algumas autobiografias que me surpreenderam enormemente, pela escrita
envolvente e pela história de vida das pessoas em questão, muita rica e tocante.
Destaco, entre as autobiografias que li, que adorei, a Adeus, China, O Solista, O Rio e Seu Segredo e Castelo de Vidro, este escrito pela
jornalista americana Jeannette Walls. E é justamente o novo livro desta autora
que estou lendo, que está me surpreendendo enormemente, pela doçura da
narrativa, pela coragem, força e determinação da avó materna de Jeannette.
Em
seu novo livro, Jeannette Walls nos conta a história de Lily Casey Smith a
filha mais velha de uma família que vive numa pequena propriedade rural
localizada no oeste do Texas. Lily, como filha mais velha, tem que conviver com
toda a responsabilidade que essa situação exige, mesmo por que é ela, e não seu
irmão Buster, quem tem a vocação para os trabalhos. Ela ajuda seu pai, um homem
que, quando jovem, sofreu um acidente e que possui limitações físicas, no trato
com os animais e aprende, desde cedo, a domar cavalos. Menina, sua mãe tem como
únicos planos para ela um casamento, e é mandada para uma escola onde receberá
uma educação formal, mas não conclui o curso, pois os valores referentes à
anuidade da escola não foram pagos por seu pai, que optou por investir o
dinheiro da educação da filha na compra de cachorros, que mandara trazer da
Suécia, enquanto seu irmão continua a estudar, pois a educação dele, segundo
palavras de sua própria mãe, tem de ser completada por que a ele caberá a
herança da propriedade.
A
jovem menina, que aprendera em poucos meses a gostar da escola onde morava e
estudava, volta para casa decepcionada, mas a madre da escola lhe afirma que
uma janela fora fechada, mas em seu lugar uma porta seria aberta. Cansada de
ouvir tantas vezes as mesmas explicações e palavras de cunho religioso, dá
prosseguimento à sua vida, ajudando seu pai a cuidar dos negócios na
propriedade.
Os
cachorros que seu pai comprou com o dinheiro que deveriam ser para seus estudos
foram mortos, e eis que surge a porta aberta a qual a madre havia lhe falado,
pois como uma forma compensatória, a pessoa que matou os cachorros deu uns cavalos
e uma égua, que a Lily tomou para si.
Recebe
uma carta da madre do colégio onde estudara, que se afeiçoara da então menina
Lily, em que a aconselhava a fazer um teste para professora. Lily, que não
tinha vocação religiosa, mas inteligência e qualidades inerentes para ser uma
boa professora, é aprovada no teste e montada em sua égua, a que chama Malhada,
atravessa mais de 800 quilômetros, sozinha, vários Estados. Mas longe de se
sentir sozinha, ela se sente livre e feliz, com aquela porta que a vida lhe
abriu.
acabei de ler o livro e fiquei apaixonada por Lily......um livro delicioso. o dificil é fecha-lo na hora de dormir.......
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