domingo, 1 de junho de 2014

Tempo...

Tenho muita saudade dos tempos em que eu tinha todo o tempo do mundo pela frente, que não precisava olhar para o relógio, contar o tempo, ansioso, esperando que chegasse logo a hora certa ou que a hora se arrastasse tão lentamente quanto uma eternidade que daria tempo de fazer tudo.
            Tenho muita saudade dos tempos em que eu tinha o meu próprio tempo, que não era refém de um relógio, que fazia as minhas coisas seguindo a minha hora exata, sem me preocupar com a perda de tempo, pois eu tinha todo o tempo do mundo à minha disposição.
            Tenho imensa saudade do tempo em a palavra tempo não constava em meu dicionário, e que se era citada, não tinha a conotação que adquiriu nos dias de hoje.
            O tempo é cruel. Ele passa, ele engole, ele atropela tudo que encontra pela frente e não aceita ser subjugado por quem quer que seja. Mas o tempo, por mais forte e inclemente que seja, jamais irá ser capaz de apagar uma saudade que deixou, a lembrança de um momento em que, quando o relembramos, somos total e inteiramente livres da ação do tempo, que podemos manipulá-lo e fazê-lo ver que, apesar de todos os pesares, ainda somos livres e que, por mais que ele nunca deixe de passar e nos leve sempre em sua onda, ainda nos resta uma migalha de um tempo que é só nosso, que fazemos dele o que bem entendemos, em que a palavra tempo não existe, ou que pelo menos o seu significado não é esse, cruel, que o temos na maior parte do tempo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário