domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sejamos um pouco Dom Quixotes

Todos nós devemos ser, por vezes, um pouco Dom Quixotes. Devemos manter a sobriedade num mundo de loucos, ou ser um pouco loucos num mundo tão são. Ser Dom Quixote significa não ser um louco desvairado, sair por aí imaginando ver dragões em moinhos de vento, travando lutas imaginárias com exércitos que não mais existem, mas sim ser um apaixonado, se acreditar em valores, em algo que muitos muitas vezes dizem não mais existir. Significa ser o que ninguém mais é, acreditar naquilo em que ninguém mais acredita.
            Hoje, no mundo sóbrio (e louco) em que vivemos, todos nos dizem o tempo todo como devemos agir, o que devemos pensar, o que devemos ser e o que devemos fazer, mas nunca, ninguém, nos pergunta o que achamos disso tudo, e quando resolvemos fazer algo que nos agrada, simplesmente pelo fato de nos agradar, mesmo que todos nos dizem que isso é “errado”, logo surge alguém para nos repreender, para nos chamar de “louco”.
            Não. Loucos não somos nós quando resolvemos viver, quando resolvemos nos ver livres, nem que seja por cinco minutos, desse mundo cão. Louco, sim, é esse mundo em que vivemos, que não nos permite, nunca, viver nossas próprias vidas; vidas estas tão curtas que não devem ser desperdiçadas com ninharias, com coisas tão pequenas como rotinas, regras e leis. Não estimulo uma “anarquia”, uma quebra total das regras, uma insubmissão às leis, às regras que regem a sociedade, mas sim uma permissão a se ser o que se é, a se rir do que se quer rir, a se aproveitar aquilo que tem de quer aproveitado: a vida.
            Se ser Dom Quixote significa ser chamado de louco, mas resguarda a alegria de se poder rir da vida, quando todos não percebem toda a graça e beleza que ela tem.
            Permita-se. Seja um pouco Dom Quixote hoje, nem que seja por cinco minutos. Seja o que você quer ser, ria do que quiser rir, viva como quer viver.

3 comentários:

  1. Um pouco de loucura nunca fez mal a ninguem... Muito boa e excelente para reflexão neste mundo q vivemos hoje...

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  2. Acho que a minha paixão pelo livro "Dom Quixote De la Mancha" é exatamente por querer ser como ele. Aos loucos tudo é permitido, até ser feliz. Muito legal seu post, Lima. Valeu

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