quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Garoto no Convés - livro da semana


Acaba de ser lançado O Garoto no Convés, o novo livro do escritor irlandês John Boyne, que ficou mundialmente conhecido com O Menino do Pijama Listrado, livro este que chegou, inclusive, a ser adaptado para o cinema em 2008. Nesta obra, o autor foi consagrado pelo seu estilo peculiar e delicado na escrita, com linguagem muitas vezes tão simplória que parece, mesmo, ser contada por uma criança. Na história de O Menino do Pijama Listrado, apesar do tema (holocausto) reabrir feridas e chocar ainda muita gente em todo o mundo, o autor conseguiu, de maneira magistral, dar um clima de inocencia e delicadeza, que permeia toda a história, com a amizade entre duas crianças, dos meninos, que não sabem o que é nazismo, preconceito e holocausto, pois são apenas duas crianças, dois amigos.
Em seu novo livro, O Garoto no Convés, John Boyne continua com sua maneira singele e delicada de contar histórias, sendo que adicionada de uma carga emocional e dramática muito mais densa do que a encontrada em O Menino do Pijama Listrado.
Em O Garoto no Convés, nos deparamos com John Jacob Turnstile, um garoto sem pai nem mãe, cuja única "família" que conhece é a dos meninos com que mora e o Sr. Lewis, um homem que o acolheu e lhe dá uma cama para dormir e comida, pelo que o menino é grato, apesar da exploração a que está sujeito. O menino vive a perambular pelas ruas de Portsmouth, cometendo pequenos furtos, até que, dois dias antes do Natal, sua vida muda completamente.
John Jacob Turnstile, que recém-completou quatorze anos, tem uma espécie de "freguês predileto", um cavalheiro que sempre vai a uma livraria e, enquanto escolhe os livros, distraído, o menino consegue, sempre, lhe furtar alguma coisa. Mas naquele fatídico dia, o cavalheiro nota o menino, e resolve entabular conversa com ele. O homem fica impressionado com a conversa do menino, que diz já ter lido livros e tem como sonho conhecer a China, lugar longínquo que tomou conhecimento através dos livros que leu. Ao fim da conversa, quando o cavalheiro dá as costas, o menino lhe furta o relógio, que parecia ter sido posto de maneira descuidada no bolso da calça justamente para ser levado, e sai caminhando tranquilamente pelas ruas da cidade, como se nada houvesse acontecido. No entanto, apesar de não ter sido pego em seu ato pelo cavalheiro a quem acabara de furtar o relógio, o menino foi visto por pessoas na rua, que o prenderam. Um guarda, que estava nas proximidades, pegou-o e mesmo sob a alegação do cavalheiro, que o desejava deixar livre, levou-o a julgamento numa cidade vizinha, por um juiz que já o tinha julgado, e punido, em ocasiões anteriores.
John Jacob Turnstile é levado a julgamento e recebe uma pena exemplar, que não chega a ser condizente com o delito que cometeu, e ele terá que passar doze meses encarcerado. Mas quando está para ser levado para cumprir sua pena, o cavalheiro de quem furtara o relógio apela ao juiz e consegue uma "mudança na pena", caso o garoto aceite: ele será embarcado num navio prestes a zarpar e irá trabalhar como criado do capitão, e após a viagem, quando retornar, será estará livre. John Jacob Turnstile, sabendo que está ali uma maneira de se ver livre da pena que lhe foi imposta e também uma forma de enfrentar, na viagem, inúmeras aventuras, tal como ele imaginava que eram recheadas a vida no mar, aceita a proposta, e embarca no Bounty, um navio que irá leva-lo aos confins do mundo. No entanto, o menino logo percebe que a vida em alto-mar não é exatamente aquela que ele imaginava que fosse encontrar, cheia de aventuras.
Um livro emocionante e magnificamente bem escrito, O Garoto No Convés é uma história marcante, que, apesar de todos os dramas, de toda a carga emocional de que está repleto, é contado de uma forma tão delicada e sutil que envolve o leitor da primeira à última página.

7 comentários:

  1. Olá, legal seu blog, esse livro é tão bom quanto o menino de pijama listrado?
    Me adiciona no skoob, Suttão

    abraços

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  2. Viviane disse...
    Esse livro é realmente maravilhoso quando acabou fiquei até triste estava tão legal, queria que tivesse mais história =]
    Já estou com saudades do "Tutu e do capitão Bligh"...
    Abs

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  4. Este livro realmente é muito bom, com uma história envolvente e marcante.... Ficará para sempre em minhas lembranças.... Adorei!!!

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  5. Muito bons seus comentários, refletindo a excelencia desse lovro.Só uma curiosidade: outros livros desses autor? procurei em livrarias aqui em Natal e ninguém sabe..

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  6. L.M.Parpinelli diz...
    Incrível!! Eu comecei a ler o livro e fiquei tao envolvido q voltei a reler o inicio umas tres vezes ja pensando nos problemas que eu teria quando terminasse. Acho q acabei de desembarcar do melhor livro q ja li até hoje.

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  7. A um tempo atrás eu tinha visto esse livro na estante de lançamentos da minha livraria preferida, tirei dali e por alguns minutos dei umas lidas entre as páginas do livro, o que foi fascinante, estou "comendo o livro", envolvido, fissurado com a história que é realmente ótima. Indico.

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