Eu sempre fui e sempre vou ser
fiel. Isso é algo que tenho dentro de mim. Fidelidade não é um estado de
espírito nem um momento que se está vivendo, mas sim um princípio. Um princípio
cultivado apenas por aqueles que sabem o verdadeiro sentido de se ser homem. Não o macho da espécie, o ser
animal, da classe dos primatas, mas sim homem, o ser vivo dotado de princípios,
bom-senso e, acima de tudo, de valores. As pessoas normalmente confundem isso,
de se ser macho com se ser homem, quando, na verdade, são coisas completamente
diferentes. Ser macho é uma questão de instinto, é como se ser o “macho alfa”
de uma alcatéia, o líder de um grupo, apenas; enquanto se ser homem é algo
muito maior, é uma questão de caráter, de valores, de princípios.
Mas
o que diabos uma coisa tem a ver com a outra? Simples: não há nada que me deixe
mais indignado do que infidelidade. Atos de infidelidade representam uma
covardia, não só para com aqueles que sofreram com a infidelidade, mas com
todos que lhe acreditaram, que lhe deram a mão e que lhe tinham em tão alta
estima. O infiel é um mentiroso, um dissimulado, um covarde que acaba muito
mais do que um relacionamento, quando se se trata de uma infidelidade conjugal,
ele acaba, sim, com uma vida, com sonhos, que muitas vezes foram sonhados
juntos.
Infiel,
seja lá no assunto que estiver sendo tratado, é sinônimo de escória, de pessoa
desacreditada, que não merece qualquer tipo de crédito, que não segue nem tem
qualquer princípio, enfim, é um alguém que sequer merece ser rotulado de
humano. Talvez até seja, pelas suas funções orgânicas, por sua anatomia e
fisiologia, mas jamais no sentido humano
da palavra, no tocante aos seus princípios.
O
infiel é um ator, pois finge e consegue se ser de tal forma tão fingidor que
engana a todos e chega, inclusive, a enganar a si mesmo. Ele veste uma máscara
que, de tal forma bem ajustada a seu rosto, fica como que sendo a sua própria
face. Mas essa máscara, por mais perfeita e sólida que seja, um dia cai, e
quando isso acontece, que toda a verdade vem a tona, vemos a verdadeira face do
infiel. O sorriso, antes tão simpático, não está mais estampado naquele rosto;
o olhar, sempre tão sincero, perde seu brilho. Mas sabe o que é melhor nisso
tudo? Que o infiel sempre vai saber quem e o que ele é, e imbuído de tal
conhecimento, ele é incapaz de se olhar no espelho, de olhar para dentro de
seus próprios olhos, de sorrir para si mesmo, de sentir orgulho de si próprio.
Orgulho
é outro sentimento intrínseco ao ser
humano, e homem nenhum vive sem seu orgulho. Pode até sobreviver, se
enganar, mas viver, não acredito que possa,
afinal de contas, ninguém consegue viver uma vida inteira sem poder bater no
peito uma única vez e dizer mais do que para os outros, mas para si próprio, o
quanto sente orgulho de si mesmo, de algo que fez, de algo que conquistou, de
seus méritos, de sua vitória.
Sejamos homens,
tenhamos orgulho de quem somos, sejamos fieis, muito mais do que para os
outros, mas, principalmente, para nós mesmos.
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