domingo, 3 de fevereiro de 2013

Brasil, um país sem jeito?

Raiva e impotência são os dois sentimentos que se misturam dentro de mim hoje, na condição de brasileiro. Foi-me ensinado desde que eu me entendo por gente, como se diz popularmente, que no Brasil nada pode dar certo, nunca deu e nunca dará. Cresci com essa visão cristalizada de meu país, e a medida que fui tomando consciência, vi que embora muito disso fosse um preconceito, existia um quê de verdade. Triste constatar tal parcial-verdade quando fui crescendo, mas percebi que havia, ainda, por mais tênue e fraca que fosse, uma luz no fim do túnel. Foi quando comecei a adquirir consciência política, foi quando comecei a me sentir uma célula dentro desse complexo organismo chamado nação-democracia, e portador de tal consciência me dei conta das responsabilidades que recaiam sobre meus ombros. Senti todo o peso da nação sobre meus ombros quando votei pela primeira vez. Queria mudar, fazer valer o meu direito; queria, acima de tudo, mostrar, calar a boca dos que diziam que “O Brasil não tinha jeito”.
            No dia em que votei pela primeira vez, acordei cedo, estava ansioso, sai de casa e fiquei um longo tempo na fila. Mas nunca fiquei tão satisfeito num fila quanto naquele dia! Estava fazendo o que era o certo, estava votando consciente, pois, naquele momento, meus candidatos, os em quem votei tão conscientemente, representavam a mudança não só do país, mas de um preconceito, de uma cultura do não-dar-certo cristalizada. Eu me sentia, naquele momento, como um alguém, um simples anônimo, fazendo história. Meus candidatos saíram todos vitoriosos, e com eles toda a esperança de um país, prova de que o sistema democrático em nosso país havia mostrado o seu valor, prova de que o povo brasileiro havia, finalmente, acordado.
            O tempo passou e tudo o que nós, brasileiros, queríamos ver os resultados imediatos, queríamos que os nossos governantes justificassem a confiança que depositamos neles. Estávamos ansiosos, afinal de contas, vínhamos esperando por aquele momento, de mudança, já há um longo tempo. O tempo foi passando lentamente, se arrastando, e muito pouco estava sendo feito (queríamos que muito estivesse sendo feito), parecia até que mudança alguma estava em curso.
            A eleição seguinte veio e reelegemos os mesmos candidatos, afinal de contas, 4 anos é um tempo muito curto para que uma mudança tão grande fosse feita. Passou-se o tempo e as mudanças aconteceram, aconteceram algumas melhorias, é bem verdade, mas não aconteceu praticamente nada daquilo que nós, esperançosos, esperávamos. Na verdade, em alguns aspectos, tinha-se até a impressão de que o governo e a forma de se fazer política era o mesma de tantos anos antes, se bem que falar “fazer política” era um elogio, já que de política nenhum daqueles que estavam no poder não faziam, mas sim politicagem, algo que já está cristalizado na cultura política de nosso país desde tempos imemoriais.
            O tempo passa, ele nunca deixou de passar, e eis que estávamos à porta de uma nova eleição, e percebemos que a mudança, do jeito que necessitávamos, não viria. Tínhamos, naquela eleição, não muitas opções, e votamos não naquele candidato que queríamos, que achávamos o melhor, mas sim não votamos naquele que não queríamos, votando naquele menos ruim.
            O tempo vai continuar a passar, e de uma coisa eu tenho certeza: o Brasil e sua politicagem vai continuar sendo como é pelos próximos anos, não porque somos um país sem jeito, mas , mas porque, em se tratando de política, o Brasil é o país da politicagem.
            Mas apesar de todos os pesares, o Brasil tem jeito, sim, enquanto houver um alguém que, como eu, sinta raiva e nojo dessa política e dos políticos que aí estão, que se sinta indignado ao se ver tão impotente, ao poder tão pouco.
            Não podemos, nunca, deixar nos desanimar, apesar de tudo convergir para isso, de ser esse o “caminho natural das coisas”, deixar de ter esperanças, pois quando não há mais qualquer tipo de esperança, não há mais nada.
            O Brasil, apesar da ideia cristalizada, que querem que a gente “compre”, não é um país de todo sem jeito, sem jeito mesmo são os políticos que aí estão, e que vão perdurar ainda (infelizmente) por alguns anos, com suas politicagens, e só quem pode dar um jeito nisso tudo somos nós, Brasileiros, somos nós, os que ainda sentem raiva e se sentem impotentes diante de todo o cenário que se descortina perante nossos olhos.

2 comentários:

  1. Tem horas que concordo mesmo com você!!!

    Abraço do Pedra

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  2. O BRASIL SÓ TERÁ JEITO, NO DIA QUE O PRESIDENTE DO PAIS FOR O PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS.DAI SIM VAMOS VER UM PAIS DESENVOLVIDO E DE 1° MUNDO.

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