domingo, 28 de junho de 2009

Os Miseráveis - Livro da semana



Poeta, dramaturgo e romancista, Victor Hugo (1802-1885) é um dos principais nomes da literatura mundial e francesa no século XIX. Autor de livros como O último dia de um Condenado, Os Trabalhadores do Mar, O Corcunda Notre-Dame (também conhecido como Notre-Drame de Paris) e Os Miseráveis, aclamados pela crítica e público, figuram entre os principais romances da literatura mundial; adaptados, os dois últimos principalmente para cinema e teatro, inúmeras vezes ao longo do século XX.
Sua obra confunde-se com o triunfo do movimento romântico francês no século XIX e é notória por suas duras críticas e por expor muitas das mazelas que assolam a França de seu período, principalmente as “mazelas humanas”.
Em Os Miseráveis, obra que data de 1862, o autor nos apresenta ao personagem Jean Valjean, um homem humilde, que para matar a fome de seus sobrinhos e irmã, rouba um pão e é preso e mando às galés por isso. Lá, o homem depara-se com o que de mais cruel e desumano que pode existir, e muito mais do que prenderem-no, por encarcerarem-no, destroem a aquilo que ainda resta de humano, destroem a alma de Jean Valjean. Ele tenta por diversas vezes libertar-se, mas é sempre recapturado.
Após longos dezenove anos, o homem é liberdade, mas o mundo que encontra ao sair daquela prisão a que estava confinado é muitas vezes mais duro do que por trás daquelas muros intransponíveis, que ninguém conseguia escalar. Valjean depara-se com um mundo hostil e injusto, que o exclui pelo fato dele ser um ex-grilheta. Não é aceito em nenhum dos lugares onde procura abrigo, até que um humilde e santo homem o abriga em sua casa, onde lhe dá comida e uma cama confortável em que dormir. Mas a alma do homem, após tão duras provações por que passou, tornou-se negra, mas negra que a sociedade que o repudia, e ele cometeu o erro de roubar justamente aquele que havia lhe dado pouso.
O destino possui razões que são incompreensíveis para o homem, e Jean Valjean vê isso na manhã seguinte, quando foi capturado e levado de volta a casa daquela a que tinha roubado. E lá, Valjean percebe toda a magnificência daquele tão humilde e santo homem, por ele, não só não o denunciou, mas lhe presenteou com castiçais de prata, que eram o que ele possuía de mais precioso naquela casa, alegando que com aquele gesto havia “comprado a alma” do ex-grilheta. E com aquele gesto, o Bispo, Don Bienvenu fez nascer, na alma daquele, um novo homem, que a partir daquele momento iria levar a vida para fazer o bem ao próximo.
Mas o caminho que Jean Valjean terá que percorrer para fazer o bem é repleto de pedras, muito mais do que flores, e o agora bondoso homem terá que travar uma infindável luta não só contra Javert - inspetor de polícia, metódico, que tem uma verdadeira fixação pelo bem da ordem vigente, como pela justiça, e por isso levará à vida as últimas vias para levar aquele ex-grilheta ao seu devido lugar, de onde jamais deveria ter saído - como também contra si mesmo, pois em sua santa humildade, recebe de peito aberto tudo que a sociedade e as pessoas lhe impõem.
Um livro precioso, Os Miseráveis representa uma obra-prima, um marco na literatura francesa e mundial não só do século XIX, mas de todos os tempos.

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