Alguém, por favor, saberia me informar o responsável, o “gênio”,
o “infeliz das costa oca” que inventou essa tal de TPM? Eu gostaria muito de
saber de quem se trata, de saber seu nome, só para ter o prazer de procurá-lo,
de caçá-lo para matá-lo com minhas próprias mãos. Se por um acaso o dito cujo
já tiver morrido não há problema algum, pois posso muito bem procurar mestres
em ciências ocultas e coisas afins para fazê-lo voltar à vida só para eu poder
ter o direito de matá-lo (novamente), dessa vez de forma tão bem morrida que
ele jamais poderá ser ressuscitado, por mais poderosa que seja a magia.
É sério isso que estou falando!
Eu quero, porque quero, porque preciso saber quem é (ou foi) esse “escroto”,
como se diz no bom nordestinês. Se for um homem, com certeza é um desses tipos
que na minha terra se chama de “fulêro”, e se for uma mulher com certeza
trata-se de uma feminista mal-amada-revoltada, que criou, difundiu e
popularizou essa tal de TPM só como uma forma de vingar-se da sociedade e dos
seres humanos, só e unicamente porque ela é uma mal-amada.
Desde que o
mundo é mundo, que há seres humanos andando sobre duas pernas, que há fêmeas da
espécie, as mulheres têm, a partir de determinado momento de suas vidas, o que
em nossa época se chamou de puberdade, o início do chamado ciclo menstrual, que
é algo muito complexo (para nós, homens), e consiste num processo de maturação
do óvulo, liberação de hormônios, etc., etc., etc. Esse período se repete uma
vez a cada mês, embora existam algumas mulheres que têm um ciclo mais longo e
outras mais curto, até uma idade bem avançada. Pois bem, durante o período em
que a mulher atravessa esse ciclo, sempre, elas sofrem com algumas alterações
hormonais, o que é perfeitamente natural. Acarreta em mudança de humor, mas
nada muito grave, normalmente só no período que antecede a menstruação e
algumas até pós-menstruação.
Os homens, desde que o mundo é
mundo (pelo menos grande parte deles), entendem esse período tão belo da
natureza feminina e o tem como “um período sagrado”, em que (os normais pelo
menos) não tocam nelas e deixam que tudo passe, para só então voltarem a levar
suas vidas (a dois) normalmente. Até aí tudo bem, normal, faz parte da
natureza. É tudo plenamente compreensível, até para o mais bruto dos homens. No
entanto, o que é inadmissível é que tudo, hoje em dia, tenha como desculpa essa
tal de TPM.
Mulher ‘tá
de mau-humor? Culpa da TPM. Mulher está o dia inteiro dando respostas de
bate-pronto, sem pensar no que fala e em suas consequências? Culpa da TPM.
Mulher acorda tarde e chega atrasada ao trabalho? Culpa da TPM. Mulher ‘tá
chorona? Culpa da TPM. ‘Tá brigando com todo mundo? Culpa da TPM. Não segurou
direito os pratos na hora de lavar a louça? Culpa da TPM. ‘Tá com sono? Culpa
da TPM. O time por que torce perdeu um campeonato? Culpa da TPM. Não acertou
nenhum número da Mega-Sena? Culpa da TPM. O candidato em quem votou não ficou
nem na suplência na última eleição? Culpa da TPM. Crise na Bolsa de Valores?
Culpa da TPM. Mais uma guerra e tensão no Oriente Médio? Culpa da TPM.
Droga!
Santo-Deus! P* que Pariu! É tudo “culpa da TPM”! Tudo que acontece, tudo que se
faz de errado é culpa dessa tal da TPM. A TPM é como uma espécie de
desculpa-sempre-aceita, uma espécie de escudo que se aprendeu a usar, e o pior
de tudo é que a gente sempre aceita essa desculpa esfarrapada.
- Ah, amor,
desculpa não ter preparado o jantar especial para nós que eu havia prometido e
que estávamos combinando há quatro meses. É que estou de TPM e você entende,
né?
- Claro,
amor. Eu entendo. – Embora esteja pensando em esganá-la e pedir para que ela
deixe de usar essa tal da TPM como uma desculpa para tudo.
O que me deixa
indignado é exatamente a “desculpa-generalizada-para-absolutamente-tudo” que é
essa tal de TPM.
Antigamente
as mulheres não tinham isso – elas nem sequer sabiam o que era isso.
Mudança de humor, talvez, já que era algo natural ao período exclusivo do ciclo
menstrual, mas TPM elas não tinham, não.
TPM é um
problema (e uma desculpa) da mulher moderna. As mulheres de antigamente e que
hoje são idosas passaram por todo ciclo natural que as mulheres jovens passam
hoje, mas nunca sofreram dessa tal de TPM.
Se
chegarmos para entrevistar uma velhinha, por exemplo, e lhe perguntarmos sobre
a TPM, ela vai lhe dar uma resposta como: “TP o quê, meu filho? Sei o que é
isso não. Já ouvi falar, sim, mas não sei do que se trata.”
Essa
situação é séria, muito mais do que essa crônica se propõe a apresentar (e a
debater)!
A mulher,
hoje, além de “sofrer” dessa tal de TPM - o que deveria ocorrer somente no
período do ciclo menstrual, no máximo ter suas oscilações de humor dois dias
antes e dois depois - passa um mês inteiro nesse estado. Mentira: o mês inteiro
não, mas que são pelo menos 26 dias, isso é inegável. TPM, na verdade,
ultrapassou os processos fisiológicos e tornou-se um “estado de espírito”.
Taí! Acho
que desvendei, se não o Segredo do Universo, pelo menos o da TPM. A TPM, na
verdade, é um estado de espírito. Tudo bem que seja um estado-permanente, mas que é do espírito, isso é inegável.
SLUT SHAMING DETECTED.
ResponderExcluirIsso é desculpa, fizeram uma pesquisano oriente medio e descobriram que lá a tal da TPM não existe, misteriosamente essa pesquisa sumiu da internet 4 dias depois de publicada
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