O Tempo passa, correndo feito um louco, se arrastando,
demorando toda uma eternidade para passar, para ir embora, para mudar, mas
nunca para voltar. Tempo não volta, por mais que assim o desejemos, o Tempo só
passa, caminhando sempre em frente. O Tempo cura tudo quando passa, mas não apaga
as cicatrizes, muito pelo contrário, Ele as deixa mais vívidas, aparentes, por
mais que estejam escondidas dentro de nosso peito. O Tempo também não cura
saudade e não a afasta, ele a trás.
Nós brigamos
com o Tempo, queremos impedi-Lo, tentando fazê-Lo durar eternamente, mas o Tempo
é eterno, só nós é que não o somos. O Tempo é implacável, e não se deixa ser
seguro. Não podemos segura-Lo em nossas próprias mãos, mas podemos senti-Lo
deixando suas marcas, sempre devagar, sempre pacientemente, em todo o nosso
corpo, na nossa alma.
Nós não
temos tempo a perder, mas o Tempo tem todo o tempo do mundo, e por isso Ele é
tão paciente, perseverante. Nós não conseguimos fugir Dele, pois Seus olhos
vigilantes estão em todo lugar, sempre. Às vezes até nos enganamos pensando que
conseguimos enganá-Lo, mas o Tempo tem dessas coisas, e deixa nos iludirmos por
um curto espaço de tempo, e nos deixa correr à Sua frente ou nos esconder à Suas
costas, às vezes, para nos alcançar na próxima esquina.
O Tempo não
brinca, o Tempo é sempre sério, mas Ele costuma sorrir, mas nós, ora em nossa
pressa, ora em nossa vagarosidade, nem percebemos o Seu sorriso.
Nós costumamos dizer
que o Tempo é louco e O injuriamos injustamente, pois loucos somos nós, que, em
nossa cegueira, na louca rotina do dia-a-dia, não sabemos aproveitar o tempo
que temos, não sabemos apreciá-Lo e vivê-Lo.
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