domingo, 10 de julho de 2011

Tempo

O Tempo passa, correndo feito um louco, se arrastando, demorando toda uma eternidade para passar, para ir embora, para mudar, mas nunca para voltar. Tempo não volta, por mais que assim o desejemos, o Tempo só passa, caminhando sempre em frente. O Tempo cura tudo quando passa, mas não apaga as cicatrizes, muito pelo contrário, Ele as deixa mais vívidas, aparentes, por mais que estejam escondidas dentro de nosso peito. O Tempo também não cura saudade e não a afasta, ele a trás.
            Nós brigamos com o Tempo, queremos impedi-Lo, tentando fazê-Lo durar eternamente, mas o Tempo é eterno, só nós é que não o somos. O Tempo é implacável, e não se deixa ser seguro. Não podemos segura-Lo em nossas próprias mãos, mas podemos senti-Lo deixando suas marcas, sempre devagar, sempre pacientemente, em todo o nosso corpo, na nossa alma.
            Nós não temos tempo a perder, mas o Tempo tem todo o tempo do mundo, e por isso Ele é tão paciente, perseverante. Nós não conseguimos fugir Dele, pois Seus olhos vigilantes estão em todo lugar, sempre. Às vezes até nos enganamos pensando que conseguimos enganá-Lo, mas o Tempo tem dessas coisas, e deixa nos iludirmos por um curto espaço de tempo, e nos deixa correr à Sua frente ou nos esconder à Suas costas, às vezes, para nos alcançar na próxima esquina.
            O Tempo não brinca, o Tempo é sempre sério, mas Ele costuma sorrir, mas nós, ora em nossa pressa, ora em nossa vagarosidade, nem percebemos o Seu sorriso.
            Nós costumamos dizer que o Tempo é louco e O injuriamos injustamente, pois loucos somos nós, que, em nossa cegueira, na louca rotina do dia-a-dia, não sabemos aproveitar o tempo que temos, não sabemos apreciá-Lo e vivê-Lo.

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