por Caio Cesar
Parecia
um dia como qualquer outro. Acordei, tomei meu café, tomei banho, fui pra
escola. Cheguei em casa muito cansado como sempre, almocei e fui dormir. Em meu
sonho, eu estava admirando um arco-íris lindo que resplandecia no céu após uma
chuva fina que molhara a grama da minha casa. Ao acordar, tive um susto. Eram
15h 30min. Eu tinha um treino às 16h 00min e a minha casa fica a quarenta
minutos do local onde o meu mestre me aguardava.
–
Não tem mais jeito. Terei que perder o treino de hoje – pensei, convicto de que
não chegaria a tempo.
Neste momento, olho rapidamente para
a janela de onde vinha um vento frio e refrescante e observo atentamente uma
nuvem que parara momentaneamente no céu límpido e azul. Mas não era uma nuvem
como qualquer outra. Não. Ela não assumia a forma de nada que eu conhecesse.
Tentei associar sua forma a qualquer coisa que me vinhesse a mente, mas não
tive êxito.
– Um rato? Um F-14 da aeronáutica?
Meu Deus, com o que isso se parece mesmo? – me inquietava, e continuava a
tentar.
De repente, após eu piscar meus
olhos, a nuvem desapareceu. Neste momento, coço meus olhos para saber se isso
era alguma pegadinha do meu subconsciente. Quem dera o fosse. De fato a nuvem
não estava mais ali. O que teria acontecido? Será que ela existira de fato ou
fora apenas uma ilusão extremamente real produzida na minha cabeça? Eram muitas
as dúvidas suscitadas em minhas cabeças.
Após tomar um belo de um banho e
refrescar a minha cabeça e a minha mente, tentei, em silêncio absoluto, meditar
e relembrar aqueles momentos em que vislumbrava a nuvem misteriosa.
Recordava-me de seu formato nada normal e tentava buscar uma explicação para
tudo aquilo, quando me veio à mente uma pergunta:
–
Por que ter explicação? Por que simplesmente não me debrucei naquele momento
sublime? Por que tentar explicar tudo que acontece ao meu redor? Por quê? – me
questionava.
Logo
eu, uma pessoa que sempre tentou buscar respostas e soluções imediatas para
tudo que acontecia na minha vida, acabei descobrindo uma importante lição
naquela simples meditação: nem tudo na vida deve ser explicado. Nem tudo deve
ter definição própria e exata. Em determinadas ocasiões, devemos apenas
apreciar, viver o momento e as oportunidades que nos são oferecidas.
Debruçar-nos na felicidade pelas coisas simples da vida. Essa é uma das regras
para viver bem.
Ao
abrir os olhos após aquela prazerosa e extremamente benéfica meditação, me dei
conta de que já era noite e que, por incrível que pareça, a nuvem lá estava
novamente. Dessa vez, não tentei buscar respostas para tamanho e estranho fato.
Apenas vislumbrei com muito mais prazer a nuvem que me ensinara uma importante
lição. E após horas e horas de vislumbre, peguei no sono.
Parabéns Caio César, muito bom!!! Sucesso!!!
ResponderExcluir... Ter o dom da inspiração não é para muitos, muitos sentem, mas não se inspiram, ou seja, traduzir em palavras o que está sentindo, o que apreende, o que apercebeu.
ResponderExcluirPenso que para escrever é preciso antes de tudo ser inspirado, ter o dom de alocar tudo que veio num átimo, tudo que vivenciou e quer compartilhar de algum modo.
Quem sabe alocar suas inspirações com toda a certeza de que fará composições lindas com ideias simples e das ideias maiores saberá compor trechos que emocionarão à todos.
Gostei da teoria da nuvem, quem realmente entendeu esse texto é porque estava num dia muitíssimo inspirado!
Nosso país é carente de grandes escritores, não porque eles não existam mas por falta de oportunidade. É muito bom ver novos escritores em busca de compartilhar seus textos, histórias e contos como fez o Caio Cesar.
ResponderExcluirParabéns, Caio. Continue escrevendo e nunca desista pois um escritor além de partilhar seus pensamentos e sonhos, nos ajudam a criar os nossos próprios.
Ótimo texto. Gostei muito.
Parabéns amigo Lima pelo incentivo e valorização de novos escritores.