domingo, 7 de agosto de 2011

Psicopatas ao nosso redor.

Estou, definitivamente, me tornando um especialista na identificação de psicopatas, e isso de tanto que tenho visto, ouvido e lido sobre o tema. Na televisão, são muitos os seriados em que os psicopatas estão presentes, sejam eles vilões ou não; filmes nem se fala; e até em novelas há psicopatas. Visitar uma livraria é pedir para ser bombardeado pelos vendedores, que oferecem mil e uma opções de livros sobre como identificar psicopatas no trabalho, em seu vizinho, na escola ou onde quer que se esteja. Quando vejo todos esses livros, sinto até saudades do tempo em que só se lia o termo “psicopata” em bons livros de romances policiais!
            Fato é que são tantos psicopatas, em tantos os cantos, que quem não é, está ilhado nesse mundo insano-psicopata em que vivemos.
            Todos são tão psicopatas, que por vezes eu até me pego pensando se sou eu normal ou se sou só mais um psicopata no mundo.
            Os carteiros, por exemplo, são, todos, psicopatas. Acho até que no concurso público, antes de serem admitidos, são feitos exames não psicológicos, para saberem se estão aptos a exercerem a função, mas sim exames psicopatológicos. Quer prova? Quem é aquele que é o arauto das más notícias, que vem trazer, quase todo dia, à sua residência, as correspondências contendo as faturas de seus cartões de crédito? Quem sai rindo, todos os dias, depois de entregar as correspondências em suas mãos, e, ainda na esquina, soltam uma sonora gargalhada quando ouvem seus gritos desesperados ao perceberem o tamanho e os valores da fatura do cartão? Sim, todo carteiro é psicopata, e só agora eu abri os olhos, quando percebi a sua função social e comecei a analisar a postura desses profissionais.
Bendita a hora em que as editoras começaram a publicar livros e mais livros sobre o assunto. Se não fossem as publicações e minhas leituras, até hoje eu estaria às cegas, sem saber o perigo que corro nesse mundo.
As sogras... todas as sogras do mundo são psicopatas, exceto a sogra de sua esposa, óbvio. Elas vem ao mundo para nos atormentar, para semear a discórdia em nossa casa. Sempre aparecem em dias e momentos inoportunos, fazem a cabeça das filhas e partem depois do jantar com um sorriso estampado na face não em sinal de satisfação de terem visto e falado com a filha, mas por terem atormentado a vida de seu pobre, coitado e bondoso genro.
Político é tudo psicopata, e não é preciso nem falar neles, né?!
Nossos professores do tempo da escola, de física, química e matemática, são todos psicopatas. Parecem simpáticos, são, por vezes, até engraçados, e fazem a matéria parecer tão fácil. Tudo isso fingimento, estando apenas se preparando para o grande mal que nos causam na hora das provas. E, como se não bastasse o nosso tormento, eles ainda se deleitam ao corrigir as nossas provas, vendo tantas notas baixas, vangloriando-se por enxerem nossos boletins de notas vermelhas.
Professores de português também sofrem de distúrbios-psicopáticos, mas de maneira mais comedida e controlada. Normalmente eles se satisfazem em nos ensinar as orações-coordenadas-aditivas-diabo-a-quatro, que ninguém consegue entender, nunca, por mais que estude.
Na universidade também, estamos cheios de professores-psicopatas, principalmente aqueles que acabaram de voltar de seus doutorados, sempre sedentos e desejosos de ocuparem as cadeiras mais difíceis e complicadas (que eles complicam ainda mais), normalmente de disciplinas altamente teóricas.
Vizinhos, são, em sua maioria, psicopatas, e se forem vizinhos do mesmo andar que você, do prédio de apartamentos, colado parede com parede então, prepare-se, por que eles vão atormentar a sua vida até se darem por satisfeitos, o que não acontecerá nunca, ou pelo menos até você resolver se mudar para um lugar mais tranquilo, normalmente uma casa há quilômetros da civilização, longe de toda e qualquer vizinhança.
Normalmente, os vizinhos-psicopatas são facilmente reconhecíveis. São aqueles que sempre pedem a sua vaga da garagem emprestada; são os que estacionam o carro tão mal estacionado que ocupa metade da sua vaga; são os que mandam as crianças brincarem no corredor e, se possível, usarem a porta de seu apartamento como gol, onde podem chutar a bola com toda a força; são os que ficam com o som no volume máximo, escutando as piores músicas da atualidade, e sempre reclamam quando você aumenta um pouco (um pouquinho assim de nada) o volume da televisão. Vizinho-psicopata é aquele que em pleno domingo, no único dia da semana em que se pode dormir até um pouco mais tarde, resolve mudar os móveis de lugar, incomodando todos os que moram no apartamento abaixo do dele, que batem pregos na parede, para colocar quadros, incomodando os que moram ao lado, ou que resolvem fazer uma reforma no apartamento, o que incomoda todos no prédio, ou, o que é pior, resolvem fazer uma faxina geral escutando a pior música no volume mais alto, o que acaba incomodando todo o bairro.
Os chefes editoriais das grandes editoras também são, em sua maioria, psicopatas, pois são eles os responsáveis pela edição e publicação de grande parte daquilo que lemos. Eles são os responsáveis pela aprovação da publicação de tantos Best-Sellers de péssimo gosto, de tanta literatura inútil, que nos obriga a ler.
Aqueles que cuidam da programação dos cinemas também são, pois só colocam os melhores filmes em horários inconvenientes, só nos dando a opção de assistir a filmes ruins, em salas em que o ar condicionado não funciona direito. E, como se não bastasse, ainda cobram um preço acima do aceitável por uma pipoca amanteigada.
No trabalho estamos constantemente cercados por psicopatas. Tem sempre aquele pseudo-cliente-psicopata, que atendemos, que nos faz falar de todos os nossos produtos, falar das vantagens, conseguir descontos e condições especialíssimas, mas que, no fim, não acabam levando nada, alegando que ainda precisam pensar um pouco antes de tomarem a decisão. Tem aquele funcionário-colega-psicopata-chato, que teima em nos tirar o juízo todo dia o tempo todo, contando aquelas mesmas piadas sem graça de sempre e que toda sexta-feira à noite nos convida para ir tomar umas cervejas no bar, mesmo sabendo que você não gosta de beber cerveja nem do ambiente do bar para o qual ele nos convida, mas que, mesmo assim, sempre chama e fica insistindo até tirar inteiramente a nossa paciência. Tem também aquele psicopata que fica reclamando o tempo todo de tudo. Mas os maiores psicopatas no trabalho são os seus gerentes ou supervisores, e os seus chefes. Os primeiros, sempre com um sorriso no rosto, de bonzinhos, escondendo suas más intenções, pedem tudo com tanto jeito, enquanto os outros (os chefes) pelo menos não temem esconder seu lado malévolo. Estes são psicopatas confessos e orgulhosos de suas condições e suas principais vítimas são, primeiro, os clientes, em seguida nós, reles funcionários. Os supervisores e gerentes não se enquadram tanto como vítimas dos chefes/donos de empresas, não. Para eles, supervisores e gerentes são apenas marionetes que devem ser usadas para alcançarem seu fim, ou seja, nos tirar o juízo para tirarmos tudo que for possível nas maiores vítimas, os clientes.
Dentro de nossa própria família, por exemplo, também há psicopatas. Nossas primas-boazudas, por exemplo, são todas psicopatas. Sabem como são belas e como a desejamos. Seduzem-nos, fazem de nós o que querem, mas sempre, com um sorriso cínico, nos dispensam, dizendo que não podemos ter nada por que somos da mesma família, e pegaria mal ficar com um primo...
         São tantos psicopatas que nos cercam, para onde quer que se olhe, que estou pensando seriamente em desligar a televisão, não assistindo mais seriados, filmes, telejornais e novelas; ; não ir mais ao cinema; não mais visitar determinadas sites na internet; não mais, ao visitar uma livraria, procurar livros nas sessões dos mais vendidos e de psicologia, para evitar alimentar as editoras e autores que lucram em cima da paranóia pública, sedenta de assuntos polêmicos e nem sempre proveitosos e úteis; largar a universidade e o trabalho, ou seja, do que eu vou viver, eu não sei, mas pelo menos vou estar livre dos psicopatas e poderei, enfim, viver a minha vida em paz.

3 comentários:

  1. acho que o autor deste blog também tem um quê de psicopata, por torturar seus leitores. os faz ficar uma semana inteira, gera uma expectativa danada para a crônica semanal, e quando escreve é um texto desses, meio que nonsense... rsrs

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  3. Eu não sou uma psicopata... sou uma "transtornada"... rsrs... É SÉRIO, tenho TAB,e é complicado aceitar isso... :0

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