Início de ano é tudo igual: revemos em flashback todo o ano anterior, analisamos o que deu certo, o que se
saiu como deveria, o que deu errado, e porque assim o foi, o que aconteceu de imprevisto
que foi bom e o que foi não tão bom assim; os primeiros dia do novo ano também
é época de tristeza, pois os números que jogamos na Mega da virada não foram
sorteados, de forma que ainda continuamos pobres; e, principalmente, é a época
de traçarmos todos aqueles planos mirabolantes, que logo na primeira semana já
desfazemos, refazemos e dizemos para nós mesmos que não são possíveis de serem
realizados.
As mulheres
fazem a promessa de iniciar na primeira semana do ano aquela dieta super-milagrosa-maluca
(algo do tipo, “a dieta da água e do vento”, os dois únicos elementos naturais
essenciais á vida que não engordam!), mas que acabam quebrando a dita cuja logo
nos primeiros dias, quando são convidadas para um almoço na casa daquela tia
que é uma super-cozinheira e que preparou aqueles quitutes divinos para a
sobremesa, e depois, findo o almoço e com a barriga devidamente “forrada” com a
sobremesa, alegam que “foi só daquela vez”, que no dia seguinte irão retomar a
dieta. Os homens prometem “se aprumar”, prometem dar mais atenção às namoradas
e menos ao jogo de futebol ou coisa do tipo, mas no primeiro final de semana as
convidam (prova de que estão mudando) para um “programa romântico”: o primeiro
jogo do seu time de coração (tendo comprado até os ingressos!). Os adolescentes
prometem que nesse ano que se inicia irão se dedicar mais aos estudos e que,
prova disso, é que o uso indiscriminado de computadores (internet), vídeo game
e uso abusivo de celulares (conectados á internet) será apenas nesse período,
nas férias, pois logo no primeiro dia de aula deixarão os apetrechos
tecnológicos de lado para se dedicarem de verdade aos estudos. Há os que
prometem (esse ano sim!) iniciar uma atividade física, talvez até entrar numa
academia, e prova disso, de sua força de vontade, é que já compram logo os
tênis para a prática esportiva. Há os que prometem passar num concurso público
(!) e já começam o ano “com gás total”, avisando aos amigos que não mais o
convidem para os churrascos nos finais de semana ou a cervejinha nas noites de
sexta, pois estão totalmente focados em seus objetivos. Há os que prometem
ficar milionários ao ganhar um prêmio na loteria e já começam na primeira
semana fazendo mil e uma apostas, que vão diminuindo, diminuindo e diminuindo
semana a semana à medida que o ano avanço, que os sorteios são realizados e não
chegam sequer perto de acertar um bilhetinho sequer, nem que seja em um prêmio
secundário (não precisava nem ser na sena – podia ser uma quina ou uma quadra).
Eu,
entrando no clima, não podia deixar passar essa época de “fazer os planos” para
o ano que se inicia. Prometo que neste ano de 2014 iria iniciar a leitura de Ulysses, de James Joyce (acho que
prometo isso desde 2006, ano em que comprei meu exemplar, e nunca sequer abri o
livro); prometo assistir aos meus seriados (que baixo da internet e assisto no
computador), mas para isso preciso mandar ajeitar o computador, que está sem som;
prometo, também, assistir aos meus filmes (aqueles que baixo, baixo e baixo na
internet, mas que nunca assisto), mas preciso mandar meu aparelho de DVD para o
conserto para iniciar minha maratona de filmes; prometo iniciar minhas
caminhadas (corridinhas básicas) pela manhã (nem que seja três vezes por semana
apenas); e prometo ficar rico jogando na Mega da Virada (todo ano faço dois
jogos – um escolho aleatoriamente os números, e outro “mando a máquina jogar”!)
no último dia do ano.
Todo ano é
a mesma coisa, os mesmos planos, as mesmas promessas e as mesmas quebras de
promessa, o que nos faz pensar que o espírito contagiante e característicos de
um ano que se inicia é isso mesmo, não de levar a cabo tudo aquilo que se
pretende fazer, mas sim em se querer mudar, em se querer fazer algo, em se
querer “ir para frente” (em iniciar a leitura daquele livro que está “mofando”
na sua estante, em assistir aquele filme, em se passar naquele concurso, em se
fazer aquele regime, em levar uma vida mais saudável com práticas de exercícios
físicos, etc). O importante, nessa época do ano, não é nem mesmo se levar a
cabo tudo aquilo que se planejou, mas sim em se querer algo diferente (e bom)
para o ano que se inicia.
Feliz ano novo, amigos leitores, que acompanham este blog!
Quais são seus planos e promessas para este ano que se
inicia? Começou bem para levar a cabo as promessas feitas no primeiro dia de
2014 ou já começou quebrando as promessas?
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