O tempo passa lento, lento como uma eternidade, lento como
um câncer que vai se espalhando por um corpo, pouco a pouco, célula a célula,
até que acaba por vencer não só a batalha, mas toda uma guerra. É uma espera
sem fim, infrutífera, pois o fim já é conhecido, é fato a ser em breve consumado.
É como jogar um jogo com as cartas marcadas, em que se sabe não quem vai
vencer, mas sim quem sairá como perdedor. É como viver sem esperanças, sem
qualquer perspectiva ou sonho, é como não sonhar, como viver num eterno
pesadelo, mas com medo de acordar e perceber que se estar acordado é o pior dos
pesadelos que se pode ter.
A espera, a
infrutífera espera, é longa, de forma tal que não pode ser medido em tempo e
espaço. A espera tem que ser sentida, tem que ser sofrida. Cada célula do corpo
tem que sofrê-la lentamente, a dor lenta, adormenta, até que não se sinta mais
nada, até que se feche os olhos e se desista de lutar, de sofrer, de perder e
de viver...
Viver... Nunca
palavra alguma fez tanto e tão pouco sentido. Viver dói. É uma dor lenta, com a
qual nos acostumamos. Não percebemos que é dor, assim como não percebemos que
essa é a vida que vivemos. Vida de dor, de perda, de sonhos falsos, de falsas expectativas,
de desencontros e de uma eterna espera que ela acabe, numa tela em que vemos,
em letras garrafas, a palavra Fim.
O Fim é algo que demora a vir, que vem em
seus passos lentos, arrastados, sem pressa alguma, pois dele não se pode
escapar.
Fim e Início, unidos um ao outro, numa forma de um círculo, de um círculo
vicioso, mas de um círculo vicioso que possui, sim, um fim. Um círculo vicioso
quebrado, mutilado ante a impossibilidade de um reinicio.
Reinício...
Na vida, não se há a chance de um novo começo, uma nova oportunidade, um
reinício. Quando se perde a chance, a oportunidade, o momento, só nos resta
esperar, esperar e esperar... Esperar o que há de acontecer devido ao ato não
acontecido. Esperar o tempo passar, o tempo que passa lendo como uma
eternidade, que se arrasta, para chegar ao inevitável fim, do qual não se pode
fugir.
tipow... só não me perguntem qual o sentido desse texto e o que quis expressar, que, até agora, estou tentando entendê-lo, estou tentando ME entender.
ResponderExcluirdepois, quem sabe, quando a cabeça estiver fria, eu me permita relê-lo, repensa-lo e interpreta-lo.