Jean-Paul Sartre (1905-1980),
escritor e filósofo francês, um dos principais pensadores e autores de seu país
no século XX, autor da trilogia Caminhos
da Liberdade, composta pelos livros A
Idade da Razão, Sursis e Com a Morte na Alma, além de peças, como
Entre Quatro Paredes, e do roteiro
para o cinema de uma produção sobre Freud, adepto a teoria filosófica existencialista,
escritor de um dos livros mais importantes do século passado dessa teoria, O Ser e o Nada, disse, certa vez, que um livro que não merece ser lido duas vezes
não merece sequer ser lido uma vez.
A releitura de
uma obra proporciona a nós, leitores, um prazer ímpar, de se deleitar, de
apreciar, de rever cada personagem com que se identificou, de se viver cada
situação, de sentir, outra vez, aquela emoção da primeira leitura. Além disso, numa
releitura, podemos atentar para aquela passagem que nos passou despercebida na
primeira vez, para perceber aquele discreto personagem, que se mostrou tão
importante, que ficou como que escondido na leitura anterior.
Existem livros
feitos para serem lidos várias vezes ao longo de nossa vida, que, a cada vez
parecem se adequar como o momento em que vivemos, como o caso de O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupery; há
outros de leitura difícil, que exigem de nós, leitores, uma grande esforço,
sendo a apreciação de tal obra um verdadeiro estudo, como é Ulisses, de James Joyce, e A Montanha Mágica, de Thomas Mann; e há
também aqueles livros que são multáveis, que a cada vez que o lemos ele se
apresenta de uma forma nova, completamente diferente da vez anterior.
Há leitores
que chegam a tal extremo que já virou tradição se fazer a leitura da mesma obra
uma vez por ano e há outros que reservam uma época do ano para se reler uma
obra, lida há anos.
A releitura
pode até ser a de um mesmo livro, mas, mesmo assim, é uma leitura diferente,
diferenciada, nova; o livro pode até ter o mesmo nome de um lido anteriormente,
no entanto, nunca é o mesmo. Portanto se permita, reviva, ressinta, releia.
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