Eis que, como sempre acontece ao
longo dos séculos, mal um ano termina e um outro começa, e fico a perguntar se
ninguém, em sua sã consciência, nunca pensou em instituir uma espécie de brecha
no “espaço/tempo” e que fosse permitido gozar do fim de mais um ano em santa
paz, com algum tempo de sobra sem se preocupar com o novo ano. Seria algo como “nem
um ano nem outro”, uma espécie de merecidas férias devido a tudo que se foi
lutado e conquistado no ano anterior, mas sem a pressão de começar tudo de novo
no novo ano que mal começa.
De
qualquer forma, enquanto ninguém pensa (e faz) efetiva isso, vamos seguindo a
nossa vida e a nossa rotina como sempre nos foi ensinado (imposto) ao longo dos
séculos, pelas tradições que cultivamos.
E
falando em tradição, o meu ano começou seguindo a maior de todas: a preguiça de início de ano, a que talvez
seja a maior tradição de todo o mundo. Demorei a acordar nos primeiros dias do
ano, demorei a ajustar meu “relógio biológico”, demorei a jogar fora meu calendário
velho, demorei a colocar “2010” no lugar de “2009”, como passei todo um ano
fazendo, naqueles papeizinhos que tive que assinar e colocar a data, enfim,
demorei a tudo, até mesmo a colocar meus primeiros textos efetivos no blog,
dando início aos trabalhos de mais um ano.
E
como falar em “novo ano” e falar em planos, comigo não podia deixar de ser
diferente. Tenho tantos planos para 2010 que seriam necessários quase cinco
anos para concretizar todos. Fiz planos quanto a leitura de livros (que são
muitos para esse ano), fiz planos quanto ao lançamento dos meus livros, sendo o primeiro ainda para esse semestre, e estou,
já, mirando o terceiro livro, segundo de contos, cujo título será O Homem que não queria ser forte e outras
histórias, previsto para o final desse ano. Mas nem só de livros se vive um
ser humano (se bem que essa ideia seria muito interessante. Vou colocar em
pauta: viver só de livros, para os próximos anos). Então fiz planos
mirabolantes, exatamente como todos fazem, entre eles está o de ganhar na
Mega-Sena (!). Isso mesmo: ganhar na Mega-Sena. Planejei tão bem isso, estou
fazendo um “Pensamento Positivo” tão forte, usando todos os meus conhecimentos
da chamada “Lei da Atração” (olhe só no que dá trabalhar-se numa livraria e se
conviver com todos aqueles livros de auto-ajuda!) e posso assegurar que desse
ano não passa: vou ganhar na Mega-Sena. A força do meu pensamento é tão forte
(força forte é meio redundante né?! Mas deixa pra lá. Isso é fruto da “preguiça
de pensar” e da “ressaca de natal”, resquícios do ano de 2009) que já me vejo
até com lápis e papel na mão, planejando o que vou fazer com todo o dinheiro
que vou ganhar.
Enfim,
o novo ano está aí, assim como os planos, que muitos dos quais irei realizar
(leia-se: ganhar na Mega-Sena – olhe o pensamento positivo), outros irão ficar
pelo caminho, por simples falta de tempo, afinal de contas, é só um “ano comum”,
composto de 365 dias, e alguns eu simplesmente vou esquecer daqui a uma semana.
De
qualquer forma, desejo a todos um excelente 2010. Sei que falar isso, agora que
já se passaram quase duas semanas, parece meio tardio, mas penso que
compreendam que isso é provocado pela preguiça
de início de ano, do que não tenho culpa alguma. Essa é só mais uma
tradição instituída ao longo dos séculos, pois, para mim, todo novo ano começa
como numa segunda-feira: cheio e preguiça.
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