Escrito por Ray Bradbury na
década de 50, o livro Fahrenheit 451 relata
a história em um “futuro perfeito”, onde as pessoas vivem uma sensação de paz e
felicidade plena, quando se veem livres de quaisquer espécies de
questionamento. Vivem suas rotinas sem qualquer preocupação.
Nessa
sociedade de um estado totalitário, os bombeiros atuam como verdadeiros agentes
repressores, responsáveis pela queima e destruição da que se tornou a maior
arma sediciosa à felicidade das pessoas, justamente por despertarem nelas
questionamentos não só relacionados ao mundo que as cerca, mas a forma como o veem
e a si próprias: os livros.
Nesse contexto, conhecemos o bombeiro Guy
Montag, um bombeiro fiel a sua causa, ciente de sua responsabilidade para com a
sociedade. Responsável, o bombeiro vê se mundo mudar quando conhece sua vizinha
adolescente, em que nunca tinha reparado.
Jovem, como que falando a si própria, e o homem, então, percebe a pertinência
das colocações e questionamentos dela e começa a dar uma maior atenção ao que a
adolescente diz.
Dia
após dia, Guy a encontra, por vezes propositalmente, em outras por um mero
acaso, e se dá conta do quão tragado está sendo pelas palavras da adolescente. Mas
os encontros entre o bombeiro e a adolescente foram bruscamente interrompidos
com a morte dela. Fora atropelada ao atravessar uma via expressa e parara para
reparar no céu.
Deparando-se
pela primeira vez com um sentimento de perda (sentimento este que também fora
abolido nessa sociedade), foi trabalhar, como todos os dias, e justamente neste
dia um chamado urgente o fez se deslocar, junto com todo o seu grupamento, a
uma casa onde eram escondidos não só um, mas muitos livros. E no processo de
queima, o dono daquela biblioteca recusou-se a sair de dentro da casa,
preferindo morrer queimado, junto com seus preciosos livros.
Essa
morte vai surtir um efeito devastador na alma de Guy Montag, e se pergunta o
motivo de alguém chegar a dar sua vida por algo como um livro. Adoentado, o
bombeiro vê chegar a sua casa seu capitão, que explica as regras que regem
aquela sociedade e mostra os porquês dos livros serem tão amplamente
combatidos, por representarem uma ameaça a paz e a felicidade das pessoas. No entanto,
tais explicações, longe de alcançar os efeitos desejado, deixam no bombeiro um
sentimento estranho, com o qual ele nunca havia se deparado. Procura um outro
homem, antigo professor, que fora certa vez investigado por suspeita de possuir
livros em sua residência e por agir em prol da propagação de livros e de
levantar questionamentos às pessoas e ao mundo que o cerca, e, com os olhos
abertos, vê o erro que tem cometido ao longo de todos aqueles anos de serviço à
sociedade na queima de livros.
Guy
Montag, de agente repressor, passa a agir como um daqueles que justamente
combatia e se vê perseguido pelo Estado por que havia lutado até então.
Um
livro intenso e perturbador, Fahrenheit
451 representa um marco na literatura do século XX, não só dentro do gênero
de ficção científica, mas de toda a literatura, por ter sido dos pioneiros e
abordar os temas a que aborda e por representar o primeiro livro a pintar um
futuro “distópico”.
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